Da Redação
Com Lusa
O mau tempo em dezembro do ano passado causou prejuízos de 6,7 milhões de euros (ME) em 10 concelhos do Médio Tejo, segundo a Comunidade Intermunicipal (CIMT), que espera do Governo apoios específicos para os estragos em infraestruturas.
“Enviamos hoje à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) a relação global dos efeitos apurados nos municípios pela depressão Elsa, tempestade que teve a atenção centrada nas cheias e agricultores, mas que, nesta região, teve um forte revés em infraestruturas e equipamentos públicos, sendo importante um eventual enquadramento de apoio governamental que minimize os custos que as autarquias vão ter nos seus territórios, algumas delas com prejuízos acima do milhão de euros”, disse o secretário-executivo da CIMT, entidade que agrega 13 municípios da região de Santarém e de Castelo Branco.
Miguel Pombeiro disse que os impactos da tempestade Elsa, que ocorreu entre os dias 18 e 20 de dezembro de 2019, “afetaram de forma mais significativa 10 dos 13 municípios” da região, exemplificando com prejuízos ao nível de pontões, arruamentos, taludes, ribeiras, rede viária, caminhos florestais, cais e plataformas destruídas no Tejo, muros, habitações sociais, pequenas pontes que ruíram ou ficaram parcialmente destruídas, e levantamento e danificação de cobertura em edifícios municipais, a par da necessidade de desassoreamentos, entre outras.
“A depressão meteorológica Elsa causou avultados prejuízos e muitos estragos que se fizeram sentir, essencialmente, ao nível das estradas, da rede viária florestal, derrocadas de terras e barreiras, e pontões destruídos total ou parcialmente, havendo agora a necessidade de reconstrução de taludes, desassoreamentos e de regularização do leito de ribeiras, entre muitos outros”, destacou, tendo ainda apontado danos consideráveis na praia fluvial do Penedo Furado, em Vila de Rei, com o vento forte e as cheias a danificarem estruturas turísticas ao nível dos passadiços e percursos pedestres.
Mação lidera a listagem da estimativa de prejuízos com um valor na ordem do 1,8 ME, seguido de Vila Nova da Barquinha e Sardoal (1,5 ME), Abrantes (1,1 ME) e Vila de Rei (650 mil euros), num levantamento que, para Miguel Pombeiro, representa “prejuízos com valores muito elevados e incomportáveis para as câmaras” afetadas.
A identificação dos custos decorrentes de intervenções de emergência junto de cada um dos 13 municípios do Médio indica ainda prejuízos no Entroncamento (430 mil euros) Constância (300 mil euros), Torres Novas (200 mil euros), Ourém (180 mil euros) e Ferreira do Zêzere (50 mil euros).
Os municípios de Tomar, Sertã e Alcanena não apresentaram prejuízos nesta listagem.
Com uma população na ordem dos 250 mil habitantes, a CIMT é composta pelos municípios de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha.
Os efeitos do mau tempo provocaram três mortos e deixaram 144 pessoas desalojadas e outras 352 deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.600 ocorrências, na maioria inundações e quedas de árvores.
O mau tempo provocado pela depressão Elsa, entre os dias 18 e 20 de dezembro, a que se juntou no dia 21 a depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.