Da Redação
Com Lusa
A pianista Maria João Pires foi escolhida pela Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) como personalidade do ano 2019, anunciou a entidade, destacando o “percurso artístico único” da artista.
“A Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal (AIEP) atribuiu o seu 30.° prêmio personalidade do ano/Martha de la Cal a Maria João Pires, a mais internacional pianista portuguesa da atualidade”, lê-se num comunicado hoje divulgado pela AIEP.
O anúncio do prêmio, a ser entregue em 2020, foi feito hoje, no Palácio Foz, em Lisboa, no encontro de final de ano da imprensa estrangeira.
Na ocasião, o presidente da AIEP, Levi Fernandes, referiu que, “para os correspondentes, Maria João Pires tem um percurso artístico único”.
“Ela continua a ser considerada como uma das mais famosas intérpretes de música clássica no mundo, continuando a ter uma grande repercussão no estrangeiro”, afirmou Levi Fernandes, citado no comunicado.
Maria João Pires nasceu em Lisboa, em 23 de julho de 1944. É a mais internacional e reputada das pianistas portuguesas, com um percurso artístico que remonta a finais dos anos 1940, quando se apresentou pela primeira vez em público, aos quatro anos.
Entre os prêmios conquistados pelo talento artístico contam-se o primeiro prêmio do concurso internacional Beethoven (1970), o prêmio do Conselho Internacional da Música, pertencente à UNESCO (1970), e o Prêmio Pessoa (1989).
A pianista criou em 1999 o Centro Belgais para o Estudo das Artes, em Escalos de Baixo, Castelo Branco, um projeto educativo, pedagógico e cultural, com impacto na região, que chegou a ter o apoio do Ministério da Educação. Dez anos depois, em 2009, o centro encerrou alegando na altura uma “difícil situação econômico-financeira”.
No ano passado, o projeto foi renovado e reativado como Centro de Artes de Belgais, disponibilizando retiros musicais, espaço para atuações e oficinas de música. Há ainda uma valência de alojamento e de produção de azeite, como se lê na página oficial.
O prêmio da AIEP distingue, desde 1990, pessoas ou instituições que contribuíram para promover a imagem de Portugal no estrangeiro durante o ano.
Os distinguidos são eleitos pelos 60 jornalistas estrangeiros acreditados em Portugal e inscritos naquela associação.
Em edições anteriores o prêmio foi atribuído a personalidades como o escritor José Saramago, a fadista Mariza, os Capitães de Abril, o antigo Presidente da República Mário Soares, os músicos Salvador e Luísa Sobral, o artista Alexandre Farto (Vhils), o atual secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, os arquitetos Siza Vieira e Souto de Moura, o cineasta Manoel de Oliveira e o músico Carlos Paredes.
Em 2018, o distinguido foi o ministro das Finanças, Mário Centeno, “pelo seu percurso que o levou à presidência do Eurogrupo”.