Da Redação
Com EBC
Manifestantes em mais de 150 países saíram às ruas nesta sexta-feira em defesa do meio ambiente. Os protestos ocorrem às vésperas da Cúpula do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontecerá na próxima segunda-feira (23), em Nova York.
A campanha mobiliza milhões de crianças, jovens e adultos, numa tentativa de chamar a atenção dos políticos, instituições e grandes empresas a tratarem o assunto com mais seriedade e medidas drásticas.
Capitais como Paris, Berlim, Bruxelas, Washington, Cidade do México, Santiago do Chile, Madri, Nova Delhi, Bangkok, Dublin, entre outras, já registram atos.
No Reino Unido, milhares de pessoas protestam em Glasgow, Manchester e Londres. Na Austrália, mais de 300 mil pessoas foram às ruas em mais de 100 cidades.
No Brasil, há atos marcados em mais de 40 cidades, incluindo Rio de Janeiro, Florianópolis e São Paulo.
Nos Estados Unidos, há mais de 800 atos marcados para hoje em diversas cidades. Estima-se que Nova York deve reunir mais de 1 milhão de manifestantes.
Na Alemanha, mais de 500 manifestações foram marcadas em cidades como Berlim e Hamburgo.
A #climatestrike está entre os trending topics deste dia 20, as hashtags mais replicadas pelo twitter.
O grande nome desse movimento é Greta Thunberg, uma ativista ambiental sueca de 16 anos que, no ano passado, começou a faltar as aulas nas sextas-feiras para protestar, pacificamente, diante do Parlamento sueco, por mais ação em relação às mudanças climáticas. A iniciativa recebeu o nome de Fridays for Future (sextas-feiras pelo futuro, em tradução livre).
Thunberg foi convidada pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para participar da cúpula da ONU. Ela pediu aos chefes de governo que não apresentem discursos, mas proponham ações para o que chama de emergência climática.
As manifestações devem culminar com um gigantesco ato, em Nova York, onde está Greta Thunberg. A cidade liberou 1,1 milhão de alunos das escolas públicas, para que possam comparecer às ruas, com consentimento dos pais.
Justiça ambiental, agricultura sustentável, proteção e recuperação da natureza e preservação de terras indígenas são algumas das bandeiras defendidas pelos manifestantes.
A greve climática mundial começou nas ilhas Salomão, no oceano Pacífico, algumas das nações mais ameaçadas pelo aumento do nível do mar. Manifestações estão previstas para acontecer em todos os continentes.
Na Alemanha
Os partidos da coligação governamental da chanceler alemã, Angela Merkel, acordaram neste dia 20 uma estratégia climática que vai representar pelo menos 100 bilhões de euros em investimentos até 2030.
Esse montante será investido na proteção do clima e na transição energética, de acordo com o texto final do acordo, alcançado após mais de 18 horas de negociações entre os conservadores do partido da chanceler (União Democrata-Cristã/CDU) e os social-democratas (SPD).
O governo planeja gastar 54 bilhões de euros nos primeiros quatro anos do plano, até 2023, disse o ministro das Finanças, Olaf Scholz.
O desafio consiste em medidas para incentivar os alemães a reduzir as emissões poluentes e permitir que o país, agora em atraso, cumpra as suas metas de redução de emissões poluentes. O texto ainda precisa de ser adotado pelo Conselho de Ministros.
O objetivo é alcançar uma redução de 55% das emissões de CO2 até 2030 (em relação a 1990), em consonância com o acordado na União Europeia, depois de a Alemanha não conseguir cumprir a redução de 40% para 2020.
“Agora, não somos sustentáveis”, disse a chanceler alemã Angela Merkel, ao apresentar o pacote de 70 medidas antes da reunião da ONU.
Neste dia, milhares de manifestantes, 100 mil, segundo os organizadores, se reuniram em Berlim junto ao Portão de Brandemburgo, no dia programado para ação global de protestos pela proteção do clima.