Mundo Lusíada
Com agencias
Centenas de pessoas concentram-se frente à Assembleia da República em protesto contra a apresentação de uma moção de rejeição, assinada pelos partidos de esquerda, que pretende fazer cair o atual Governo.
A votação do programa do Governo está hoje acompanhada, em S.Bento, por duas manifestações antagônicas: uma da CGTP, que quer uma viragem à esquerda e a queda do Governo, e outra de apoio ao executivo.
Com bandeiras de Portugal e da coligação Portugal à Frente (PàF) em punho, os manifestantes – que se reuniram cerca das 13 horas – cantam o hino nacional e gritam diversas palavras de ordem, entre as quais “Costa para a rua, esta casa não é tua” e “não à moção de rejeição”.
Alguns cartazes envergados têm ainda outras inscrições: “Quem ganhou? Democracia não é hipocrisia”, “moção de rejeição/traição à população” e “Portugal não merece um Governo do PS”.
A ação de protesto, convocada nas redes sociais, foi organizada pelo líder do CDS de Monforte, Mário Gonçalves que, à Lusa, explicou que a ação “não tem qualquer cariz político” e que nasceu de um movimento “voluntário e espontâneo” nas redes sociais.
Segundo Mário Gonçalves, esta manifestação visa dizer “não a uma moção de rejeição injusta para os votantes da coligação PàF que estão a assistir a um verdadeiro golpe de Estado”.
Mário Gonçalves adiantou ainda que a ação de protesto irá continuar até às 20:00, e que, durante a tarde, está previsto reunir até 5.000 participantes.
Sandra Fonte, uma das participantes do protesto, mostrou-se indignada com a atitude de António Costa e do PS, sublinhando que “quem ganha as eleições é quem deve governar”. “É assim que funciona em democracia e eu espero que o Presidente da República não indigite António Costa como primeiro-ministro”, acrescentou.
Da mesma forma, Rui Ferreira, militante do PSD, disse estar revoltado com toda a situação política nacional, temendo que, caso se concretize um Governo de esquerda, se caminhe para um novo resgate.
Os líderes parlamentares do PSD e do CDS-PP, Luís Montenegro e Nuno Magalhães, deslocaram-se hoje junto dos manifestantes concentrados junto à Assembleia da República para lhes agradecerem o apoio contra a moção de rejeição ao Programa do Governo. “Algumas destas pessoas que aqui estão se calhar nem na PaF votaram, mas há uma coisa em que votaram e acreditam, numa prática constitucional e num país na União Europeia e na NATO”, sustentou Nuno.
A favor
Centenas de dirigentes e ativistas sindicais afetos à CGTP também chegaram à Assembleia da República, em Lisboa, em defesa de uma viragem à esquerda do Governo.
A concentração está a ser acompanhada por um forte aparato policial, na escadaria do parlamento, para impedir que aqueles que integram a manifestação convocada pela CGTP se juntem aos manifestantes em defesa do atual Governo, que estão em protesto desde as 13:00 no mesmo local.
As duas acções de protesto estão separadas por um cordão das forças de segurança. Os protestos deverão decorrer até ao final da votação parlamentar.
Também a União dos Sindicatos da Madeira (USAM), afeta à CGTP, quis associar-se à manifestação, em Lisboa, realizando uma conferência de imprensa junto ao Palácio de São Lourenço, no Funchal, edifício da residência oficial do Representante da República, por considerar que é “ele que tem o dever de levar à Presidência da República [a mensagem] que é preciso e urgente mudar de políticas, afirmar os direitos, valores e conquistas de Abril”.
“Estamos aqui para apoiar a queda do Governo e dar mais força à mudança de políticas e exigir respostas às reivindicações dos trabalhadores e à resolução dos problemas mais imediatos dos reformados, desempregados, dos jovens e outras camadas da população”, declarou Pedro Carvalho do conselho regional da USAM, sustentando que “os trabalhadores deram um voto claro que não querem uma maioria de direita no Governo”.