Mundo Lusíada
O deputado do PS Paulo Pisco considerou que o aumento das remessas dos emigrantes e a diminuição das dos imigrantes, em 2015 em Portugal, resultam dos anos de austeridade vividos no país.
“Tanto num caso como noutro resulta dos anos de austeridade impostos no nosso país, que levaram a uma perda de atratividade da nossa economia”, afirmou Paulo Pisco, em declarações à Lusa.
As remessas dos emigrantes aumentaram 8,3%, para 3,3 mil milhões de euros, em 2015, enquanto o dinheiro enviado pelos imigrantes em Portugal diminuiu 1,5%, para 526 milhões no ano passado, segundo o Banco de Portugal.
Paulo Pisco sublinhou que “o fato de ter havido muita emigração nos últimos anos – o enorme aumento de emigração que houve nos últimos anos – levou a que houvesse este aumento”. “As remessas tanto podem ser um pé-de-meia ou como um meio de manter os bens ou pagar as dívidas”, disse.
O deputado defendeu que os dados divulgados “obrigam a que seja necessário da parte do governo olhar para a existência de fortes comunidades fora do país que necessitam de ser olhadas com políticas sólidas para responder às suas necessidades e às suas expectativas”.
A França, como tem sido habitual, lidera o ‘ranking’ dos países emissores de remessas para Portugal, tendo as verbas enviadas pelos emigrantes portugueses em França ultrapassado pela primeira vez os mil milhões de euros: em 2014 este valor tinha-se ficado pelos 882,1 milhões de euros, ao passo que no ano passado subiu para 1033,1 milhões, o que representa um aumento de 17,11%.
A Suíça, também como tem sido norma, é o segundo maior emissor de remessas para Portugal, registrando uma subida de 3,3%: as verbas enviadas pelos portugueses na Suíça passaram de 812,8 milhões, em 2014, para 842,3 milhões no ano passado.
Estes dados, para Paulo Pisco “confirmam a França como o principal país de emigração na Europa, logo a seguir à Suíça”. E, por isso “é necessário que Portugal dê atenção às relações bilaterais com França e Suíça”.
O deputado salientou ainda que “havendo uma redução das remessas dos imigrantes, houve também um aumento da atratividade por parte dos cidadãos de países de expressão portuguesa, que escolheram Portugal como o país para poderem trabalhar”.
Para Paulo Pisco, este fato demonstra que “Portugal não deixa de ser, apesar das dificuldades, um porto de abrigo importante para esses cidadãos, e esses cidadãos devem ser olhados também como importantes para a nossa dinamização econômica e até mesmo para a renovação demográfica”.
Confiança
Já o deputado do PSD José Cesário defendeu que o aumento das remessas dos emigrantes, em 2015 em Portugal, revela que estes portugueses têm confiança na economia do seu país de origem.
“Esses dados revelam que os portugueses da diáspora, em 2015, mantiveram uma significativa confiança em Portugal e sobretudo na economia, uma grande confiança na Economia do país e nas perspectivas de crescimento”, afirmou José Cesário em declarações à Lusa. “Esses dados revelam exatamente que as pessoas mandam dinheiro se confiam, e confiaram e por isso é que enviaram dinheiro”, reiterou.
Já em relação à diminuição das remessas dos imigrantes, José Cesário considera que “tem que ver com fatores diversos, nomeadamente o fato de também muitos desses imigrantes serem provenientes de países em que há problemas econômicos sérios e que têm alguma falta de confiança no seu respectivo futuro”.
“Isso terá desmotivado o envio de algumas remessas, são os casos do Brasil e de Angola, que serão os mais significativos”, disse.