Mundo Lusíada com Lusa
Mais de uma dezena de filmes portugueses, contando com uma retrospectiva dedicada ao cineasta Paulo Rocha, fazem parte da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que começa no próximo dia 21, no Brasil.
De acordo com a programação anunciada, a 45.ª edição contará com 264 filmes a exibir nas salas de cinema de São Paulo, e com algumas sessões ‘online’, “para todo o Brasil”.
Na secção “Perspectiva Internacional”, que conta com uma maioria de filmes já exibidos noutros festivais, estão oito obras portuguesas, entre ficção e documentário, como “A arte da memória”, de Rodrigo Areias, “Listen”, de Ana Rocha de Sousa, “Simon Chama”, primeira obra de Marta Sousa Ribeiro, e “No táxi do Jack”, de Susana Nobre.
Neste programa estão ainda os documentários “Amor Fati”, de Cláudia Varejão, “Visões do império”, de Joana Pontes, e “No país de Alice”, filme de Rui Simões com a filha, numa volta a Portugal, interrompida pela covid-19.
Também tendo a pandemia como um dos elementos narrativos, será igualmente exibida a longa-metragem “Os diários de otsoga”, de Maureen Fazendeiro e Miguel Gomes.
Apenas um filme português está integrado na competição “Novos Diretores”, dedicada a primeiras e segundas obras: “Mar infinito”, obra de ficção científica do realizador Carlos Amaral.
A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo prestará também homenagem “à carreira inquieta e sempre em transformação” do cineasta português Paulo Rocha, programando sete filmes, entre os quais “Mudar de vida” (1966), “Os verdes anos” (1963) e “Se eu fosse ladrão… roubava” (2013), já estreado depois da morte do cineasta.
“A ilha dos Amores” (1982), “A ilha de Moraes” (1984), “Máscara de aço contra abismo azul” (1988) e “O rio do ouro” (1988) estão também programados.
A propósito desta retrospetiva, o festival apresentará ainda o documentário “A Távola de Rocha”, de Samuel Barbosa, que aborda os processos criativos do cineasta que marcou o Novo Cinema português, e de quem foi assistente, e recorda e alguns dos locais onde trabalhou e filmou.
A 45.ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo conta ainda com 39 filmes brasileiros no total, incluindo obras que fazem a sua estreia e outras que foram selecionadas para os festivais de Cannes e Veneza, entre clássicos restaurados e curtas-metragens.
Para a Mostra Brasil estão selecionados 18 filmes. Outros 15 fazem parte da Competição Novos Diretores. Há mais seis filmes brasileiros nas Apresentações Especiais.
Alexandre Moratto, Amadeo Canônico, Thiago Cóstackz, Maurício Farias, José Eduardo Belmonte, Bárbara Paz, Luciana Mazeto, Vinícius Lopes, Marcelo Sebá, Ana Maria Magalhães, Sandra Alves, Karim Aïnouz, Anita Rocha da Silveira, Álvaro Campos, Carla Dauden, Hector Babenco, Alex Carvalho, Lô Politi, Célia Catunda, Daniela Thomas, Walter Salles e Fabrizia Pinto são alguns dos cineastas em destaque na produção brasileira selecionada para a mostra.
A Mostra Internacional de Cinema em São Paulo acontece até 03 de novembro.
Cine Inclusão 3a. idade
Um outro festival brasileiro traz dois curtas-metragens de Portugal. Entre os dias 18 e 24 de outubro (de segunda a domingo), acontece o 3º Festival Cine Inclusão, que apresenta filmes realizados e/ou protagonizados por pessoas com mais de 60 anos e realiza uma oficina para a inclusão digital de idosos. O acesso a toda a programação é grátis pelo site do evento – cineinclusao.com.br.
O projeto – idealizado e dirigido por Daniel Gaggini, produzido pela MUK e viabilizado pelo ProAC LAB – consolida-se como o único festival de curta-metragem que se dedica exclusivamente a essa faixa etária.
Na abertura, o evento faz homenagem à atriz Ruth de Souza, primeira mulher negra a protagonizar uma novela, que completaria 100 anos em 2021, 74 dos quais dedicados ao teatro, ao cinema e à televisão.
O festival é composto por duas mostras. A Mostra Competitiva exibe 16 curtas-metragens, na qual o voto do público vai eleger os três melhores filmes, que receberão prêmios de R$ 3.000,00, R$ 2.000,00 e R$ 1.000,00, respectivamente. Todos os filmes trazem a temática da terceira idade e/ou têm pessoas idosas como protagonistas. Já a Mostra Melhor Idade exibe oito obras realizadas por diretores/diretoras com mais de 60 anos, traçando um panorama expressivo de artistas profissionais e amadores que se dedicam à produção audiovisual.
A curadoria desta edição é do cineasta Victor Fisch e da pesquisadora e curadora Luciana Rossi. A programação eleita abre um leque de temas e reflexões, entre os quais: solidão, sexo, amor, arte e esporte na velhice, memórias e abandono. Algumas produções reúnem nomes importantes das artes cênicas do Brasil – como Lima Duarte, Osmar Prado, Lilian Blanc, Walter Breda e Marcélia Cartaxo – e oriundas de Portugal.
Filme de Portugal – Mostra Competitiva
Aula de Natação
(Ficção. 2017. 04:35 min. Cascais/Portugal). De: Pedro Pontes e Gonçalo Viana. Elenco: Joana Casado, Elizabete Espada, Justina Saraiva. Livre
Sinopse: Em um rigoroso verão de uma pequena cidade do interior de Portugal, duas senhoras têm o sonho de aprender a nadar, mas a pacata cidade não dispõe de nenhuma piscina. Inesperadamente conhecem uma jovem professora de natação que resolve superar as limitações e lhes ensinar a nadar mesmo sem piscina.
Filme de Portugal – Mostra Melhor Idade
Monólogos com a História
(Ficção. 2019. 18:40 min. Lisboa/Portugal). De: Sol de Carvalho. Livre
Sinopse: Qual o destino de um líder combatente depois de conseguir o seu objetivo de uma mudança radical? Qual papel os antigos revolucionários reservam para si próprios na pós-revolução? E que papel eles reservam para seus próprios filhos? O de continuadores da revolução e/ou beneficiários das benesses?