Da Redação
Com Lusa
A Federação Portuguesa Pela Vida anunciou que recolheu mais de 14 mil assinaturas da petição “Toda a Vida Tem Dignidade”, que apela à rejeição do “direito a dispor ou apoiar a eliminação de vidas humanas”.
Num comunicado, em que se congratula pelo número de assinaturas recolhidas, “acima do triplo das necessárias para a sua discussão em plenário”, a Federação Portuguesa Pela Vida sublinha “a grande adesão do povo português à defesa da vida humana”.
No texto que acompanha a petição lê-se que “a eutanásia é sempre um homicídio apoiado pelo Estado (pretensamente através de algum profissional de saúde) ou um suicídio assistido pelo Estado”.
Ao Estado “não cabe criar o direito de alguém ser morto por outrem, nem validar esta opção como legítima perante o coletivo”, prossegue o texto.
Os autores da petição querem que a Assembleia da República “legisle no sentido de reforçar e proteger o valor objetivo da vida humana, garantindo (…) a sua inviolabilidade, independentemente das circunstâncias em que se encontre”.
Pretendem ainda que o Parlamento “rejeite toda e qualquer proposta que vá no sentido de conferir ao Estado o direito a dispor ou apoiar a eliminação de Vidas Humanas, ainda que com o alegado consentimento da pessoa”.
Na internet, a Petição Pública “Toda a Vida tem Dignidade” já reuniu quase 3 mil apoiantes e está disponível no link: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT81155.
Debate
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) pediu já um debate sobre eutanásia alargado a outros setores da sociedade portuguesa. A Igreja Católica, bem como quase todas as principais confissões cristãs, muçulmanas e judaicas, condena firmemente qualquer prática que antecipe a morte de um doente, seja a seu pedido ou não, opondo-se por isso tanto à eutanásia como ao suicídio assistido.
O PSD já defendeu um amplo debate alargado sobre a eutanásia, segundo o vice-presidente do partido, Marco António Costa. Os sociais-democratas rejeitam soluções impostas no Parlamento, por acordos entre os partidos de esquerda que suportam o Governo de António Costa.
Marco António Costa diz que a questão é fracturante e merece, por isso, reflexão aprofundada. “O que nós pretendemos é mobilizar a sociedade portuguesa, abrir caminho para uma consciencialização de que estas matérias não se tratam nos corredores do Parlamento, nem em encontros, nem em acordos assinados à socapa”, avisa o dirigente “laranja”.
“São matérias que devem envolver a sociedade, ouvir os portugueses e permitir que livremente, em matérias de consciência, cada um formule o seu juízo e atue em função do seu juízo, mas para isso tem de ser um juízo informado. Para tal, há que promover esses debates”, declarou Marco António Costa, em dezembro.