Da Redação
Com Lusa
O primeiro-ministro, António Costa, declarou em Bruxelas que o Estado retomará a maioria do capital da transportadora aérea TAP mesmo sem acordo com os compradores privados.
Em conferência de imprensa, António Costa referiu que a negociação tem que continuar e espera que “haja um acordo”, mas alertou que a execução do programa do Governo avançará mesmo sem acordo. António Costa sublinhou que “se não for com o acordo, é sem o acordo”
“Eu acho que o resultado final vai ser esse (privados com a minoria), espero que seja feito por acordo”, afirmou o governante, garantindo que o “Estado retomará 51% do capital da TAP”.
“Estou certo de que será feito por acordo e que, independente de declarações negociais que sejam feitas, o resultado final será a contendo de todas as partes”, disse.
“A execução do programa do Governo não está sujeita à vontade de particulares que resolveram assinar um contrato com o Estado português, nas situações, no mínimo precárias, visto que estavam a assinar com um Governo que tinha sido demitido na véspera”, disse o primeiro-ministro numa referência à transportadora aérea TAP.
Na quinta-feira, o empresário Humberto Pedrosa, acionista maioritário da Atlantic Gateway, reuniu-se com o Governo para o primeiro encontro oficial sobre a recuperação da posição maioritária do Estado.
Após o encontro, Humberto Pedrosa afirmou que o seu projeto “não se adapta” com uma posição de minoria.
“O nosso projeto não se adapta com minoria”, afirmou o empresário, acrescentando: “Estamos a conversar [com o Governo]. Isto foi uma primeira conversa, com certeza que o Governo não quer fechar a porta e nós não queremos fechar a porta”.
O acordo de conclusão da venda direta de 61% do capital da TAP foi assinado no dia 12 de novembro entre a Parpública, empresa gestora das participações públicas, e o agrupamento Gateway, na presença da então secretária de Estado do Tesouro, Isabel Castelo Branco, do então secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Miguel Pinto Luz.
Compete ao Governo
O Presidente da República disse que a TAP é uma matéria que compete exclusivamente ao Governo, mas lembrou que a companhia aérea é muito importante e tem de ser rentável.
“É matéria que compete totalmente ao Governo fazer as negociações que entende que deve fazer, tendo presente que a TAP é uma companhia muito importante para o nosso país, principalmente pelos turistas que traz para Portugal e para isso tem que ser rentável”, afirmou o chefe de Estado.
Caso contrário, acrescentou, tal como aconteceu em outros países da Europa, “a União Europeia para autorizar a injeção de fundos requer despedimentos muito elevados e o encerramento de rotas”.
“Portanto, eu espero que não aconteça com a TAP aquilo que aconteceu em Chipre, aquilo que aconteceu na Polónia, aquilo que aconteceu na Alitalia e aquilo que aconteceu noutras companhias, é isso que eu desejo”, sublinhou.