Da Redação com Lusa
O investimento captado através dos vistos ‘gold’ na Madeira foi de 60 milhões de euros entre 2017 e 2021, sobretudo no setor imobiliário, e corresponde a 50 autorizações de residência, segundo o Governo Regional.
“É uma oportunidade para a Região Autónoma da Madeira, uma oportunidade para a economia da Madeira, uma oportunidade para um setor em franco crescimento”, disse o secretário da Economia, Rui Barreto, sublinhando que a perspetiva dos agentes imobiliários é de “confiança” e de “crescimento”.
O governante, que falava na abertura de um seminário sobre os vistos ‘gold’, no Funchal, considera que as recentes alterações no programa de Autorização de Residência para Investimento (ARI), que excluem Lisboa e Porto, constituem uma “enorme oportunidade” para a Madeira.
Os cidadãos que fizeram aquisições superiores a 500 mil euros na região autónoma desde 2017, ao abrigo do ARI, são maioritariamente russos e norte-americanos, havendo também registro de brasileiros, chineses, sul-africanos e bolivianos.
“Estamos a falar de investimentos na área residencial de luxo, mas o Governo Regional está preocupado também com a oferta no mercado imobiliário para os residentes e pessoas que têm baixo rendimento”, disse Rui Barreto, admitindo que os vistos ‘gold’ inflacionam o preço das casas.
O secretário da Economia salientou que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a Madeira prevê 136 milhões de euros para construção de habitação a preços controlados e apoio ao arrendamento.
De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) divulgados em janeiro, o investimento captado através dos vistos ‘gold’ aumentou 52% ao nível nacional em dezembro, face a igual período de 2020, para 42,1 milhões de euros.
Em dezembro de 2020, o investimento ascendeu a 27,7 milhões de euros.
Face a novembro de 2021 (46,6 milhões de euros), o montante captado por via do programa de Autorização de Residência para Investimento caiu 9,6%.
Em termos acumulados, o investimento pelos vistos ‘gold’ caiu 28,7% no ano passado, face a 2020, para 460,8 milhões de euros.
Desde que o programa de concessão de ARI foi lançado, em outubro de 2012, foram captados por via deste instrumento 6.099.799.479,59 euros. Deste montante, a maior parte corresponde a compra de bens imóveis, que totalizava até dezembro 5.507.194.225,00 euros, sendo que a aquisição para reabilitação urbana somava 362.502.992,45 euros.
O investimento resultante da transferência de capitais é de 592.605.254,59 euros.
Em mais de nove anos foram atribuídos 9.585 vistos por via de compra de imóveis, dos quais 1.009 tendo em vista a reabilitação urbana.
Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos foram 649 e 20 por criação de postos de trabalho.
Desde o início do programa foram atribuídas 17.221 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 1.171 em 2021.