Lusitanos no Mundo

Adeptos da seleção portuguesa assistem ao jogo das meias finais do Euro 2012, Portugal vs Espanha, na Avenida dos Aliados, no Porto, 27 de junho de 2012. ESTELA SILVA / LUSA

Por Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo

Dia de Portugal. Sem dúvida que existimos como: nação soberana, detentora de uma História quase milenar; com uma vertente religiosa-católica ainda muito acentuada; fronteiras praticamente inalteráveis; uma zona económica exclusiva das maiores do mundo; uma cultura inequivocamente recheada de valores humanistas, aos quais se junta um regime democrático defensor de amplos direitos, liberdades e garantias, constitucionalmente consagradas na Lei Fundamental Portuguesa.

Dia de Camões. O poeta lusitano, poderemos afirmar, o mestre da língua portuguesa, através da qual descreveu os feitos heroicos dos Descobrimentos Portugueses, na sua obra-prima, mundialmente conhecida e estudada: “Os Lusíadas”. Luís Vaz de Camões, o pai oficial da lusofonia, da língua que hoje é a sexta mais falada em todo o mundo e, ainda, enquanto idioma oficial nos areópagos internacionais.

Dia das Comunidades Portuguesas. Espalhadas por todo o mundo, a nossa Diáspora, de que tanto nos podemos e devemos orgulhar. Estabelecer o “Dez de Junho” como um dia associado às outras duas situações de grande projeção internacional, é um dever que nos cumpre honrar, que muito nos orgulha, até porque os nossos emigrantes, e os agora, também, luso-descendentes, são já vários milhões, diríamos que um “Outro Portugal, o Portugal de uma Lusofonia cada vez mais reconhecida” afirmando-se em todo o globo terrestre

«Além dos cerca de dez milhões de Portugueses residentes em Portugal, presume-se existirem quase cinco milhões mais espalhados pelo mundo, quer de primeira geração, quer luso-descendentes recentes, formando assim um total de cerca de quinze milhões de Portugueses. De acordo com dados da Direcção Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, os países com maiores comunidades portuguesas são, por ordem crescente de importância demográfica, a França, o Brasil e os Estados Unidos (caso se considerem, no cômputo dos luso-americanos, aqueles que descendem de Portugueses em graus variados).» (in: https://pt.wikipedia.org/wiki/Di%C3%A1spora_portuguesa#Di.C3.A1spora_portuguesa

O “Dez de Junho”, feriado nacional em Portugal, obviamente que: deve ser vivido com entusiasmo; não, necessariamente, com espírito dos “nacionalismos” exacerbados; não, com alegados “patriotismos” de ocasião; não com saudosismos serôdios; sim, com a simplicidade, humildade e a dignidade que ao longo dos séculos têm constituído o nosso “rótulo” de referência privilegiada.

É normal, e salutar, que neste dia, as entidades responsáveis: homenageiem os Portugueses; que lhes atribuam condecorações, essencialmente àqueles que através do trabalho, das letras, das artes, da investigação, do serviço militar, forças de segurança, instituições de utilidade públicas, organizações de diversa natureza e fins, individualidades e, de uma forma geral, todas as pessoas e entidades que tenham ou estejam a contribuir para a dignificação do país.

Portugal, hoje, por mérito próprio, tem direito a ocupar um lugar de relevo nas mais altas instâncias internacionais, e deve ser cada vez mais solicitado para dar o seu contributo democrático, intelectual e humanístico, até porque se libertou, através de uma “Revolução Pacífica”, de um regime ditatorial, devolvendo ao Povo a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade, bem como os restantes Valores, essenciais à dignidade humana, como também teve a capacidade, e humildade, de reconhecer as injustiças que cometeu com os territórios colonizados, entregando aos seus autóctones a sua autonomia, com a consumação da independência total.

Passados que estão mais de oitocentos e setenta e cinco anos de História, e decorridos quarenta e quatro anos da reimplantação do regime democrático, os Portugueses: têm todos os motivos para estarem orgulhosos do seu passado, genericamente considerado; têm razões para estarem otimistas quanto ao futuro que se deseja de desenvolvimento, trabalho e justiça social.

Sem quaisquer preconceitos, afastados os comportamentos escravocratas, xenófobos, racistas, narcisistas e ditatoriais, temos todas as condições para aprofundarmos conhecimentos, relacionamentos, intercâmbios em muitos domínios: dos empresariais aos económicos; da educação à investigação; dos políticos aos militares; dos religiosos aos culturais, enfim, somos livres, inteligentes, trabalhadores, hospitaleiros e dignos. Somos, simplesmente, Portugueses, ou, preferencialmente, LUSÓFONOS.

 

Por Diamantino Lourenço Rodrigues de Bártolo
Professor Universitário, Escritor, Mestre em Filosofia Moderna e Contemporânea.
Blog Pessoal: http://diamantinobartolo.blogspot.com
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