A capital angolana, Luanda, se tornou a cidade mais cara do mundo para se manter trabalhadores estrangeiros, revela um estudo da empresa de recursos humanos ECA International, divulgado na segunda-feira, em Cingapura.O estudo usa como base os preços dos últimos doze meses de um grupo de 128 bens de consumo e serviços normalmente adquiridos por estrangeiros em 300 locais do mundo. Os dados apurados são usados pelas empresas para calcular as ajudas de custo pagas a funcionários que atuam no exterior.Entre estes itens estão alimentos (laticínios, carne e peixe, fruta fresca e vegetais), bebidas e cigarros, serviços, roupa, eletrodomésticos, automóveis e peças, além de refeições em restaurantes.Luanda é seguida por Oslo (Noruega), Moscou (Rússia), Stavanger (Noruega), Copenhague (Dinamarca), Kinshasa (Congo), Seul (Coréia do Sul), Libreville (Gabão), Genebra (Suíça) e pelo centro de Londres (Reino Unido), no 10º lugar.”Algumas pessoas podem estar surpreendidas por cidades africanas estarem nos primeiros dez lugares”, afirmou Lee Quane, do escritório da ECA em Hong Kong. Ele explica que os itens da cesta de compras feitas pelos estrangeiros não estão facilmente disponíveis nos mercados locais e são, por isso, mais caros.Em 2006, Luanda estava em segundo lugar, atrás de Harare, posicionada então como a mais cara devido à hiperinflação registrada no Zimbábue."Angola sempre foi um local caro para estrangeiros, porque é difícil obter a qualidade de bens e serviços que eles esperariam desfrutar em casa. O seu constante crescimento no custo de vida é, em larga medida, resultado do aumento dos preços do petróleo", afirma a ECA International.Lee Quane adianta que, com a valorização da moeda angolana (o kwanza), Luanda "tornou-se mais cara para os visitantes", apesar de a inflação estar "contida".Um outro estudo divulgado na semana passada pela consultora imobiliária Worx apontava as carências de novos projetos de habitação de qualidade como causa dos altos preços de compra e de aluguel registrados na capital angolana, que estão entre os mais altos da África.Segundo a Worx, os valores, que chegam a US$ 12 mil o metro quadrado, são resultados de 27 anos de guerra civil em Angola (1975-2002), associados à falta de investimentos nos últimos anos.Se em termos globais Luanda é a cidade mais cara, na Ásia é a capital da Coréia do Sul que lidera a lista definida pela ECA.O estudo sustenta que a desvalorização do iene tornou as cidades japonesas mais baratas. Apesar de não estar mais entre as dez mais caras do mundo, Tóquio mantém o segundo posto na Ásia.“A desvalorização do iene contra várias moedas, associada a uma baixa inflação, reduziu significativamente os custos para estrangeiros em Tóquio, Yokohama e Kobe nos últimos anos”, afirma o relatório da sondagem.Na Ásia, as cidades japonesas de Yokohama e Kobe surgem em terceiro e quarto lugares, seguidas por Hong Kong, Taipé (Taiwan), Pequim e Xangai (China), Cingapura e Cantão (capital da província chinesa de Guangdong).Os elevados preços da alimentação e a valorização do iuane chinês fez aumentar o custo de vida dos estrangeiros nas cidades chinesas, diminuindo a diferença que mantinha para outras cidades mais desenvolvidas, como Hong Kong e Taipé.Jacarta (Indonésia) aparece no 11º lugar na Ásia, Bancoc (Tailândia) no 18º, Manila (Filipinas) no 19º, Hanói (Vietnã) em 32º lugar e Kuala Lumpur (Malásia) no 33º posto.Islamabad, capital do Paquistão, é considerada a cidade asiática menos dispendiosa para os estrangeiros.