Da redação com Lusa
Lisboa e Porto são os melhores municípios para viver, para visitar e para fazer negócios, segundo a sétima edição do ‘ranking’ elaborado pela consultora Bloom Consulting, hoje divulgada.
A consultora elabora anualmente este Bloom Consulting Portugal City Brand Ranking, um estudo sem “qualquer variável qualitativa ou de opinião”, baseando-se “exclusivamente” em dados quantitativos (estatísticas oficiais, pesquisas ‘online’, ‘performance’ de páginas na Internet e redes sociais das autarquias) “que classificam o desempenho das marcas dos 308 municípios portugueses”.
Um algoritmo gera um ‘ranking’ geral que resulta da ponderação de outros três ‘rankings’, que hierarquizam os concelhos em três dimensões: viver, visitar e negócios (atração de investimento).
Lisboa e Porto lideram o ‘ranking’ geral deste ano e também os outros três no estudo hoje divulgado pela Bloom Consulting.
Na análise dos melhores concelhos para viver, no ‘top 5’ estão, além de Lisboa e Porto, Coimbra, Braga e Viseu.
No turismo, os concelhos com melhor classificação são Lisboa, Porto, Funchal, Cascais e Portimão.
Nos negócios, Cascais, Vila Nova de Gaia e Coimbra seguem-se a Lisboa e Porto.
No ‘ranking’ geral que leva em consideração todas estas vertentes estão Lisboa, Porto, Cascais, Braga e Coimbra, o mesmo ‘top 5’ do estudo anterior, publicado em 2019.
“No ano de 2020 [devido à pandemia da covid-19] optámos por não fazer lançamento da VI edição devido à volatilidade dos dados e das circunstâncias”, escreveu o diretor-geral da Bloom Consulting, Filipe Roquette, no documento hoje divulgado.
O relatório do estudo deste ano tem três destaques, todos relacionados com a pandemia: o município da Lousã, a região do Alentejo e o tema da habitação.
“A Lousã é um dos municípios que mais se destaca positivamente face a 2019, sendo que o interesse proativo para este município tem especial incidência em tópicos como Praias (+121%), Atrações turísticas (+114%) e Maravilhas naturais (+173%). A procura por estes três temas da dimensão turismo está em linha com a subida a nível nacional das procuras por ‘Turismo rural e sustentável’ que no último ano subiram também 59%”, lê-se no documento.
Já o Alentejo, “foi a única região de Portugal a apresentar um volume de interesse proativo superior ao ano anterior”, o que a consultora diz poder justificar-se por a covid-19 ter levado “muitas pessoas a querer afastar-se de meios urbanos”.
Por fim, o estudo registou “um abrandamento claro na procura por temas mais ligados ao turismo” e “a procura por habitação e outros temas ligados à qualidade de vida passou a ter uma preponderância muito especial nesta edição”, sendo que a pandemia “ajudou a trazer mais relevância aos fatores sociais que muitas vezes apareciam num segundo plano”.
Este ano, a consultora fez um estudo específico sobre o impacto da covid-19 “na atração de turismo, investimento e talento” pelos municípios, juntando à análise das diversas variáveis do Consulting Portugal City Brand Ranking inquéritos “a mais de 1.000 perfis-chave” nos 18 distritos nacionais.
“É essencial ter em consideração que o futuro não será uma cópia do passado pré-pandemia e que os seus efeitos serão sentidos não só nas indústrias, mas também na personalidade dos públicos-alvo”, lê-se no estudo.
Segundo a consultora, “para além da gestão da pandemia, os munícipes de norte a sul do país, mostram uma voz uníssona em relação às novas prioridades [que não eram tão relevantes antes do aparecimento da covid-19] que gostariam de ver implementadas nos seus municípios” e “a primeira prende-se com o acesso a cuidados de saúde de qualidade nos seus municípios, seguindo-se a implementação de programas de segurança e higiene nas escolas e nos postos de trabalho e não massificação dos espaços públicos”.
O estudo concluiu que surgiu uma nova tendência de “êxodo urbano”, com cerca de 73% dos inquiridos a revelarem ainda a vontade de não regressar a um modo de trabalho 100% presencial, e que 75% disse que pretende viajar exclusivamente para destinos nacionais nas próximas férias.
Por outro lado, o estudo revelou que a percepção da população em relação à gestão da crise pandêmica terá influência na opção de voto da maioria daqueles que pretendem participar nas eleições autárquicas de 26 de setembro.