Da Redação
Com Lusa
O presidente do parlamento venezuelano, o opositor Juan Guaidó, autoproclamou-se presidente interino da Venezuela, perante uma concentração de milhares de pessoas, no leste de Caracas.
Manifestantes saíram às ruas neste dia 23 de Caracas e das principais cidades da Venezuela no terceiro dia de protestos contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro. A convocação foi feita pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o Parlamento do país, o deputado Juan Guaidó. Ele se declarou presidente da República em exercício e jurou em nome de Deus.
“Levantemos a mão, hoje 23 de janeiro, na minha condição de presidente da Assembleia Nacional e perante Deus todo-poderoso e a Constituição, juro assumir as competências do executivo nacional, como Presidente Encarregado da Venezuela, para conseguir o fim da usurpação (da Presidência da República), um governo de transição e eleições livres”, disse.
Juan Guaidó começou por fazer referência a vários artigos da Carta Magna venezuelana e fez os manifestantes jurarem comprometer-se em “restabelecer a Constituição da Venezuela”.
“Hoje, dou um passo com vocês, entendo que estamos numa ditadura”, disse vincando saber que a sua autoproclamação “terá consequências”.
Por outro lado, dirigiu-se ao Presidente Nicolás Maduro, sublinhando que “aos que estão a usurpar o poder, digo, com o grito de toda a Venezuela: vamos insistir até que regresse a água e o gás, até que os nossos filhos regressem, até conseguir a liberdade”.
Segundo Guan Guaidó “não se trata de fazer nada paralelo”, afirmando que tem “o apoio da gente nas ruas”.
Reconhecimento
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu o titular da Assembleia Nacional (NA, parlamento) da Venezuela como “presidente interino” do país sul-americano, uma decisão destinada a aumentar a pressão contra o Governo de Nicolas Maduro.
“Hoje, reconheço oficialmente o presidente da Assembleia nacional venezuelana, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela”, indicou Trump num comunicado.
Também o Brasil já se pronunciou reconhecendo o presidente interino. “O Brasil apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social volte à Venezuela”, escreveu Bolsonaro nas redes sociais.
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— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 23, 2019