Por Odair Sene
Mundo Lusíada
Foi lançada oficialmente na noite de 25 de julho de 2019, a mais nova entidade luso brasileira de São Paulo, a Casa de Portugal de São Carlos, no interior paulista. A nova entidade foi oficialmente fundada a partir de uma “Assembleia Constituinte”, presidida pelo Sr. Paulo de Sousa Palo, mobilizando portugueses, descendentes e simpatizantes que se reuniram num salão social à Rua Episcopal, 1554 no Centro de São Carlos.
O evento marcou a realização de um sonho para os membros que dividiram os trabalhos em três etapas: Apresentação de Estatutos; Inscrição de Sócios e Apresentação e Eleição do primeiro corpo diretivo para o primeiro biênio da história da associação. Registra-se a eleição nesta noite do primeiro presidente da entidade, o português Plácido José Ferreirinha, natural de Lisboa e comerciante em São Carlos, tido como um grande responsável pela realização deste projeto.
“Havia uma necessidade de termos uma Casa de Portugal na região, que abraçasse todos os portugueses, os luso descendentes, e portugueses por aquisição”, disse o vice presidente André Pimenta Ribeiro (do Porto) em entrevista ao programa “Abordagem Regional” da Rádio Comunidade FM de Porto Ferreira.
No dia 15 de agosto de 2017, segundo André, durante o aniversário do amigo Plácido Ferreirinha, agora presidente da casa, teria sido lançada a ideia de criar uma Casa de Portugal entre um pequeno grupo de cinco ou seis amigos, num momento que, simbolicamente, juntaram umas moedas em um copo plástico, as quais somaram R$ 18,00 e isso ficou guardado como “os primeiros 18 reais para a criação da Casa de Portugal”.
Quem guardou o copo descartável foi justamente o Sr. Paulo de Sousa Palo (de Leiria), eleito agora o primeiro tesoureiro da nova entidade.
O grupo embrionário manteve então a ideia da criação da casa, o presidente Plácido abriu as portas de seu restaurante “Solar dos Portuga” para inúmeras confraternizações e reuniões, teve mais à frente apoio político do vereador luso descendente Daniel Lima (de São Carlos), que aprovou já no início de sua gestão na Câmara, a “Semana de Portugal” na cidade, semana que entra no calendário oficial a partir de 2020, justamente na semana do “10 de Junho” Dia de Portugal.
A estrutura da diretoria da casa teve aprovação dos seguintes nomes: Plácido José Ferreirinha como presidente; André Pimenta Ribeiro como vice presidente; Paulo de Sousa Palo como tesoureiro; Dacier Almeida como secretário; e Humberto Correia Tavares presidente do Conselho Fiscal.
O evento da fundação foi um sucesso, estiveram presentes 73 pessoas em apoio ao projeto que representa aproximar Portugal, as cores, e as pessoas não só de São Carlos, mas de Marília, Bauru e outras cidades próximas. “Foi uma surpresa fantástica nossa Assembléia Constituinte, onde foram 73 pessoas, um bom presságio porque temos muito mais portugueses na região”, disse André Ribeiro ao Radialista Paulo Carvalho, comentando que na reunião foi apresentado o projeto da entidade e como serão os próximos passos, encabeçados pelo presidente Plácido.
“É um projeto audacioso, já tinha sido tentado algo assim em 1980, por um dos nossos conselheiros (Sr. Rui), só que naquela altura tinham apenas três portugueses, ficou complicado”, disse com expectativa de outros desafios, como o projeto “Praça Portugal”, ou um nome de rua em São Carlos.
“Os portugueses açorianos que fundaram São Carlos, depois fomos perdendo essa ligação com Portugal e com a cultura portuguesa, e neste século com a chegada de novos portugueses foi se criando uma nova reestruturação, então a Casa de Portugal veio para ficar, se Deus quiser”, referiu ele.
Ao Mundo Lusíada o presidente eleito da nova entidade, Plácido Ferreirinha disse que o evento de lançamento “superou todas as expectativas” já pelo número de pessoas, 73 patrícios e simpatizantes, gente não só da cidade de São Carlos mas de outras vizinhas, inclusive gente se associando à casa, o que foi motivo de emoção, já que o projeto foi tentado em outras épocas e somente agora virou realidade.
O presidente disse que muitas pessoas compraram e estão comprando o título inicial (de fundação) ao custo simbólico de R$ 100,00 permitindo ter no documento o nome próprio ou de um homenageado, um familiar, um ante-querido, como fez ele próprio que colocou o nome do seu pai em um deles.
“Meu falecido pai eu quero que seu nome fique realmente nas paredes da Casa de Portugal porque é dele que veio essa força, esse jeito de tocar a vida para frente, superar as dificuldades e ultrapassar as barreiras, por isso fiz questão, e foram inúmeras as pessoas que também aderiram”, disse ele ao Mundo Lusíada.
A Casa de Portugal de São Carlos conta já com muita gente em sua estrutura inicial. De muitas áreas distintas, como advogados, médicos, militares, engenheiros, enfim gente muito boa e com muita vontade de fazer muitas coisas pela casa, conforme diz o dirigente, que terá agora que formar as várias diretorias para fechar sua estrutura interna. “Temos várias diretorias e além disso vamos fechar parcerias com empresas, e com órgãos públicos, ou seja, vamos continuar a remar até a linha do horizonte, que é lá onde queremos chegar”, disse Plácido que agradeceu as presenças esta noite, além do vereador Daniel Lima, também do Vereador Azuaite em representação ao município.
A Casa de Portugal já tem, inclusive, seu primeiro jantar marcado, será no próximo dia 04 de outubro, jantar com a fadista Ciça Marinho, evento para o qual a diretoria espera contar com todas as pessoas envolvidas neste processo inicial de formação. “Será uma grande honra podermos receber a todos neste nosso primeiro jantar, até lá e bem hajam”.