Da Redação
Com Lusa
O laboratório de referência em Portugal está disponível para ajudar os países da CPLP no diagnóstico de casos suspeitos de coronavírus e já recebeu pedidos de cooperação de Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde, segundo o presidente da instituição.
“Estamos sempre disponíveis para ajudar naquilo que são as nossas capacidades e disponibilidades”, afirmou o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Fernando de Almeida.
O INSA e os laboratórios dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estão contemplados num protocolo global que envolve os institutos de saúde pública destes estados.
Este acordo, explicou Fernando de Almeida, permite a qualquer momento que sejam solicitados apoios de capacitação e colaboração.
Foi o que aconteceu na Guiné-Bissau, aquando da ameaça do vírus Ébola e, mais recentemente, em São Tomé e Príncipe, com o caso da celulite necrotizante, recordou.
Em relação ao coronavírus, o INSA já recebeu “pedidos de apoio de colaboração” de Moçambique, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Este apoio poderá ser dado ao nível da formação dos profissionais para os diagnósticos ou da atualização das metodologias ou na análise, em Portugal, das amostras dos casos suspeitos detetados nesses países.
Fernando de Almeida recordou que a embalagem de produtos biológicos pressupõe uma formação específica que foi dada a estes países por elementos do INSA que, por seu lado, está certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o fazer.
E acrescentou que o INSA tem capacidade para obter os resultados das amostras algumas horas após estas darem entrada no instituto.
O presidente do INSA sublinha os contatos já recebidos e congratula-se com o fato de estes países estarem preocupados e mostrarem interesse em garantir uma resposta, no caso de esta ser necessária. “Estamos atentos. Estamos todos a preparar-nos a nível global”, adiantou.
Cruzeiro em HK
As autoridades de Macau e de Portugal continuam sem conhecer a identidade das sete pessoas com passaporte português, retidas num cruzeiro em Hong Kong, devido ao novo coronavírus. Autoridades de Macau disseram que ainda não conseguiram confirmar se as sete pessoas com passaporte português, são residentes de Macau.
O cônsul geral de Portugal em Macau e Hong Kong apontou que não dispõe da “lista dos sete portugueses”. “Mas apuramos que são todos membros da tripulação do navio e que continuam sem registar problemas de saúde”, escreveu Paulo Cunha-Alves, num e-mail enviado à Lusa.
“O Consulado Geral entrou ontem [quinta-feira] em contato com a empresa proprietária do navio de cruzeiros a quem pediu mais informações sobre a identidade das sete pessoas, aguardando-se uma resposta”, explicou o diplomata, num outro e-mail enviado anteriormente à Lusa.
Paulo Cunha-Alves frisou ainda que o consulado já solicitou à empresa que facultasse às sete pessoas com passaporte português os contatos do Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong.
Na conferência de imprensa, as autoridades de Macau explicaram que “os passageiros têm liberdade de utilizar o documento que quiserem”.
Mas se essa pessoa não quiser ou não pedir auxílio as autoridades nada podem fazer, frisaram as autoridades do território.
Há ainda 15 residentes de Macau a bordo do navio. O Consulado Geral de Portugal estima que existam 170 mil portadores de passaporte português entre os residentes em Macau e em Hong Kong. Destes, apenas cerca de seis ou sete mil serão expatriados.
O Consulado geral de Portugal em Macau e Hong Kong pode ser contactado pelo telefone 00 853 2835 6660, pelo email [email protected] ou através de mensagem na respetiva página da rede social Facebook.
A China elevou para 636 mortos e mais de 31 mil infectados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.
Nas últimas 24 horas, registaram-se 73 mortes e 3.143 novos casos.
Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infecção confirmados em mais de 20 países. Na Europa, o número de casos confirmados chegou quinta-feira a 31, com novas infeções detetadas no Reino Unido, Alemanha e Itália.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.