Jovens qualificados devem sair do país “por livre vontade e não por necessidade”

Da Redação
Com agencias

Apoiantes do Partido Nacional Renovador (PNR), exibem bandeiras e cartazes durante um desfile para assinalar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, Lisboa, 10 de junho de 2012. MIGUEL A.LOPES/LUSAO secretário de Estado da Inovação, Investimento e Competitividade, Pedro Gonçalves, defendeu em Paris que os jovens mais qualificados devem sair de Portugal “por livre vontade, não devem ter necessidade de o fazer”.
“Portugal deve permanecer atento e trabalhar para reter e ter capacidade de oferecer oportunidades, ou seja, as pessoas devem ter mobilidade e desemprenhar funções quanto mais competentes e de maior destaque no mundo inteiro – hoje a economia é cada vez mais globalizada -, mas devem-no fazer por livre vontade, não devem ter necessidade de o fazer”, disse aos jornalistas o secretário de Estado.
Pedro Gonçalves e José Carlos Gonçalves, presidente da Associação Portugal Outsourcing, apresentaram, na embaixada de Portugal na França, os pontos mais relevantes de Portugal como um país de oportunidades de investimento.
A mão-de-obra qualificada foi várias vezes apontada como uma mais-valia de peso que, no entanto, está cada vez mais a abandonar o país.
O secretário de Estado da Inovação disse lamentar que esta tendência se dê por necessidade, mas apontou vantagens na exportação dos cérebros portugueses, quer voltem ao país ou não.
“Progressivamente, eu acredito que o recuperar da economia portuguesa vai trazer também oportunidades e teremos uma parte das pessoas que saíram a voltarem mais qualificadas e com maior capacidade de trabalhar no mundo do que se tivessem ficado em Portugal”, realçou.
Caso não regressem ao país de origem, Pedro Gonçalves disse acreditar que podem ser uma mais-valia para Portugal ao ocupar posições de topo no estrangeiro, pois podem “trazer a oportunidade das empresas portuguesas acederem também a esses mercados”.
“Portugal tem ainda um nível de desemprego qualificado muito alto, formam-se todos os anos em Portugal muitos quadros e muitos bons quadros”, acrescentou.
Na apresentação de Portugal como país a investir, o secretário de Estado realçou que “Portugal tem que olhar para os investidores estrangeiros como clientes e como parceiros”.
“Nós tínhamos uma posição muito defensiva, que era esperar que as empresas viessem para Portugal, e os clientes hoje não se comportam assim”, considerou.

Regressar a Portugal em 2014

O ministro português da Economia considerou que o primeiro sinal que gostaria de ver de recuperação econômica em Portugal seria a “continuada descida da taxa de desemprego”, depois dos dados positivos já verificados entre Março e Setembro e, antecipou, no último trimestre de 2013.
Pires de Lima manifestou-se ainda esperançado de que o reflexo das melhorias macroeconômicas permita “criar oportunidades para que algumas pessoas que emigraram possam voltar ao país”.
“Mais ao longo do ano espero que seja possível também que, nomeadamente os setores privados, que estão a viver esta retoma e a sentir isso nas próprias contas das suas empresas, tenham a possibilidade de passar para os seus colaboradores alguns dos ganhos de produtividade que as empresas estão a conseguir”, disse.
Para o ministro da Economia este é um processo “que não é imediato”, porque a retoma está a ser dirigida pelas empresas, especialmente as exportadoras e o Estado não tem “nenhum papel mágico” para transformar essa retoma em benefícios imediatos para os cidadãos.

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