Jornal de Angola diz que Portugal tem “plano diabólico” para interferir nas eleições

Da Redação
Com Lusa

Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, e presidente angolano, no palácio presidencial durante sua visita oficial a Angola, 17 Novembro. Foto: BRUNO FONSECA/LUSA
Arquivo: Primeiro-ministro português, e presidente angolano, no palácio presidencial durante sua visita oficial. Foto: BRUNO FONSECA/LUSA

O Jornal de Angola declarou no sábado, em editorial, que Portugal tem em curso um “plano diabólico” para interferir “em massa” nas eleições gerais que se deverão realizar em agosto no país.

O editorial, assinado pelo diretor do jornal, que é detido totalmente pelo Estado angolano, intitula-se “A viragem no caminho da América” e aborda essencialmente as preocupações mundiais após a tomada de posse de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).

“Portugal prepara-se para exercer uma interferência em massa nas eleições gerais deste ano em Angola”, lê-se no editorial. “O voto não é respeitado. Uma fraude eleitoral e um escândalo”, lê-se no editorial, sobre o processo eleitoral norte-americano, por ser “decidido por um Colégio Eleitoral que decide de modo diferente da vontade expressa pelo eleitorado”.

“A candidata democrata Hillary Clinton teve mais três milhões de votos do que o adversário, suficientes para ser declarada vencedora, mas o Colégio Eleitoral deu a vitória a Trump. A derrota de Hillary, vencedora da votação, foi uma vergonha para a democracia mundial”, insiste o editorial do Jornal de Angola.

Após uma extensa análise ao processo eleitoral dos Estados Unidos e de crítica aos oito anos de liderança de Barack Obama, o texto termina com um alerta: “Portugal prepara-se para exercer uma interferência em massa nas eleições gerais deste ano em Angola”.

Acrescenta que “com a ajuda de antigos colonos, servidores do apartheid, finança internacional, falsos jornalistas, canais televisivos e revolucionários de pacotilha, está em curso um plano diabólico”. “Talvez não fosse mau seguir as lições do passado e o exemplo de Trump. Deixem ser os próprios angolanos a decidir sobre os seus destinos”, conclui o editorial.

Angola tem previstas eleições gerais (presidenciais e legislativas) para agosto de 2017. O país é liderado desde 1979 por José Eduardo dos Santos, mas o chefe de Estado anunciou anteriormente que pretende retirar-se da vida política em 2018.

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