Itaú quer chegar a 20% do Banco Português de Investimento

O banco brasileiro já controla 18,8% do BPI, mas pretende ter uma posição maior. O objetivo não é ter mais poder mas reforçar o investimento financeiro.

Da Redação

O banco Itaú pretende continuar a reforçar a sua participação no Banco Português de Investimento (BPI), que atualmente se situa em 18,8%. O banco brasileiro é o segundo maior acionista do BPI mas o objetivo é aumentar a posição para perto de 20%, segundo o "Diário Económico". Mas a meta está limitada pelo Banco de Portugal, que até agora ainda só deu autorização ao Itaú para chegar a 19,9%. Se o Itaú aproveitasse as atuais condições de mercado para chegar a 19,9% teria de investir cerca de 29 milhões de euros, atendendo à cotação das ações do BPI, que ontem fecharam em 3,48 euros. O preço atual é bem elucidativo da oportunidade de investimento. Há um ano a ação do BPI custava 6,62 euros. Porém, os planos do Itaú admitem a possibilidade do reforço ser feito durante o próximo aumento de capital do BPI. Aí as condições para a compra de ações seriam diferentes, bem como o valor a investir. O presidente do Itaú Europa, Carlos Câmara Pestana, disse ao jornal português que aproveitar o aumento de capital é uma possibilidade. Há um ano, o Itaú tem vindo a fazer progressivos aumentos da sua posição no BPI. "Não são por uma razão de poder mas sim um investimento financeiro", explicou Câmara Pestana. E há uma razão: os estatutos do BPI limitam os direitos de voto a 17,5%. Ou seja, mesmo que um acionista tenha uma porcentagem maior do capital, como acontece já com a La Caixa e o Itaú, apenas poderá votar nas assembléias gerais com um máximo de 17,5%. Segundo a mesma fonte, o reforço do Itaú no BPI não visa criar qualquer hostilidade ou nova relação de forças, já que o banco brasileiro admite ter "uma excelente relação" com os outros grandes acionistas do banco luso, quer a espanhola La Caixa, quer a alemã Allianz.

Mesmo com o reforço previsto do Itaú no BPI, a La Caixa permanece o maior acionista do banco, com cerca de 25% do capital, embora esteja autorizada pelo Banco de Portugal a ir até 32,9%. A Allianz é o terceiro acionista do BPI, com 8,8%.

O BPI reuniu acionistas em assembléia geral, ocasião em que foi aprovado o aumento de capital de até 350 milhões de euros que o BPI pretende realizar entre a última quinzena de Maio e a primeira de Junho. Com Portugal Digital

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