Israel: MNE lamenta a morte do refém com nacionalidade portuguesa

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, durante a sua audição na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas na Assembleia da República, em Lisboa, 18 de junho de 2024. ANDRÉ KOSTERS/LUSA

Da Redação com Lusa

 

O Ministério dos Negócios Estrangeiros expressou nesta segunda-feira profunda consternação pela morte do refém do Hamas com nacionalidade portuguesa Idan Sthivi, raptado no dia 07 de outubro de 2023.

\”Expressamos profunda consternação pela morte, hoje confirmada, do nosso concidadão Idan Sthivi, um dos muitos reféns do Hamas, e enviamos sentidas condolências à sua família\”, indica o Ministério dos Negócios Estrangeiro em comunicado e onde volta a condenar os ataques de há um ano.

Hoje, uma organização israelita de familiares dos reféns do Hamas indicou que o luso-israelita Idan Shtivi, morreu em cativeiro estando o corpo em posse do Hamas, em Gaza.

Idan Shtivi, 29 anos, foi raptado no dia 07 de outubro de 2023 junto ao local onde se realizava o Festival Nova, a poucos quilômetros do enclave palestiniano atacado pelo Hamas.

O festival de música eletrónica decorria a pouco mais de três quilómetros do kibbutz Be\’eri que também foi alvo da ação armada do Hamas no dia 07 de outubro do ano passado e que fez mais de 1.205 mortos. Durante o ataque o Hamas fez 251 reféns.

\”No dia 07 de outubro, Idan (Shtivi) foi para o Festival Nova muito cedo para documentar (fotograficamente) a atuação de amigos. Não chegou a entrar (no recinto). Quando o ataque começou Idan ajudou dois desconhecidos que tinham conseguido fugir tendo sido raptado nesse momento\”, refere o comunicado da organização israelita Hostages Families Forum difundido hoje através das redes sociais. O grupo de apoio lamenta a morte de Idan Shtivi, dirige as condolências à família e refere que o corpo da vítima ainda se encontra na \”posse do Hamas\”.

O Fórum Tikva (Forum Esperança), uma outra organização israelita de apoio às famílias dos reféns, citada hoje pelo portal do jornal Jerusalem Post, também envia as condolências aos familiares e lamenta a morte de Idan Shtivi.

No passado dia 04 de janeiro, a embaixada de Israel em Portugal já dava conta da nacionalidade portuguesa de Idan Shtivi.

\”Idan tem também nacionalidade portuguesa e o irmão e a mãe visitaram Portugal no mês passado (dezembro de 2023) para pedir ajuda a quem quer que seja para a sua libertação\”, afirmava o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira.

No mesmo comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros condena \”novamente os terríveis ataques de 07 de outubro de 2023\” e \”presta homenagem às quase 1.200 vítimas\”.

No dia em que se assinala o primeiro ano sobre o ataque do Hamas contra Israel, o MNE reitera ainda a exigência sobre a libertação imediata e incondicional dos reféns.

No comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros refere que desde 07 de outubro, a região entrou num ciclo de violência e destruição, causando a morte de muitos milhares de civis.

\”Apelamos a um cessar-fogo imediato e incondicional, que permita o acesso de ajuda humanitária às populações afetadas, designadamente em Gaza\”, indica ainda o comunicado.

\”Apelamos ao respeito pelo direito internacional, à máxima contenção de todas as partes em toda a região e à retoma da via do diálogo e da paz, que permita viabilizar a solução dos dois Estados\”, reitera ainda o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Há um ano

Também o Presidente da República recordou hoje, com pesar, as vítimas do ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023 em Israel e lamentou a morte do cidadão luso-israelita refém deste grupo islamita.

Numa nota publicada pela Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa volta a pedir a libertação de todos os reféns e a defender um cessar-fogo e a solução de dois Estados, Palestina e Israel.

\”O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa recorda com pesar as vítimas do terrível ataque de 07 de outubro de 2023, que condena veementemente, assim como as suas famílias\”, lê-se no texto.

Na mesma nota, o chefe de Estado \”apela novamente ao retorno imediato dos reféns e lamenta profundamente a morte do cidadão luso-israelita Idan Sthivi, transmitindo as sentidas condolências e solidariedade à família\”.

O Presidente da República defende que \”é tempo de trabalhar num cessar-fogo que permita entregar ajuda humanitária a quem dela tanto precisa, trazer a paz à região e garantir a solução de dois Estados\”.

De acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse (AFP) baseada nos números oficiais israelitas, o ataque do Hamas fez mais de 1.200 mortos, na maioria civis, incluindo os reféns que morreram em cativeiro.

Em resposta a este ataque, as forças de Israel lançaram uma ofensiva militar na Faixa de Gaza, que dura até hoje e que já provocou a morte de mais de 41.800 pessoas, na maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas que a Organização das Nações Unidas (ONU) considera fiáveis.

 

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