Da Redação com Lusa
O Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Cabo Verde aumentou 41% no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2020, para 20,5 milhões de euros, crescimento impulsionado por Portugal.
Um relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), deste mês, refere que o arquipélago captou de janeiro a março deste ano investimento estrangeiro de quase 2.282 milhões de escudos (20,5 milhões de euros) – cerca de metade no setor do turismo -, valor que compara com os mais de 1.617 milhões de escudos (14,6 milhões de euros) no primeiro trimestre de 2020, ainda antes dos efeitos provocados pela pandemia de covid-19.
O IDE em Cabo Verde, que inclui também participações, lucros reinvestidos e outro capital, voltou a ser liderado no primeiro trimestre de 2021 por Portugal, com 339,2 milhões de escudos (três milhões de euros), essencialmente no setor do turismo.
Segue-se Espanha, que investiu de janeiro a março deste ano 84,8 milhões de escudos (765,5 mil euros), além do turismo, também na indústria e na construção, e depois os investidores italianos, que aplicaram no mesmo período 43,3 milhões de escudos (390,8 mil euros) no setor do turismo e do imobiliário turístico, segundo os dados do BCV.
A Lusa noticiou anteriormente que Portugal liderou no IDE em Cabo Verde em 2020, que passou de valores negativos no ano anterior para 13,2 milhões de euros, segundo dados do banco central.
De acordo com dados de um relatório anual do BCV, globalmente, o IDE em Cabo Verde caiu 32,5% em 2020, para cerca de 7.080 milhões de escudos (63,6 milhões de euros), impacto justificado com os constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19.
Depois de um registro negativo, de desinvestimento, de -907,4 milhões de escudos (-8,1 milhões de euros) em 2019, o IDE de Portugal em Cabo Verde voltou a liderar em 2020, totalizando praticamente 1.478 milhões de escudos (13,2 milhões de euros), dos quais 730,8 milhões de escudos (6,5 milhões de euros) no turismo e imobiliária turística, segundo o mesmo relatório anterior.
Seguiu-se o IDE de Espanha, que disparou 39% face a 2019, para mais de 1.249 milhões de escudos (11,2 milhões de euros) em 2020, enquanto o investimento angolano diminuiu para 242,1 milhões de escudos (2,1 milhões de euros) e o chinês caiu para 215,8 milhões de escudos (1,9 milhões de euros).
No histórico do IDE em Cabo Verde, Portugal e Espanha lideram há vários anos.
De acordo com dados da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, a comunidade portuguesa em Cabo Verde desenvolve atividades nas áreas do comércio, incluindo a distribuição alimentar e de bebidas, na hotelaria e restauração, na construção civil e metálica, entre outros.
Os investimentos de Espanha no arquipélago prendem-se sobretudo com o setor das pescas e da hotelaria.