Investidores continuam interessados em dívida portuguesa, diz presidente AICEP

Mundo Lusíada
Com Lusa

AICEPMiguelFrasquilhoA compra de dívida soberana portuguesa continua a atrair o interesse de investidores estrangeiros, segundo afirmou o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), após uma viagem de trabalho de dois dias a Londres.

Durante encontros com representantes de fundos e bancos de investimentos internacionais, Miguel Frasquilho disse ter tido “oportunidade de discutir os últimos desenvolvimentos na economia global e europeia”, nomeadamente sobre a situação na Grécia e o programa de compra de ativos do BCE.

“Pude confirmar que Portugal continua a ter uma imagem extraordinariamente positiva e que os investidores olham para Portugal com interesse”, relatou, em declarações à agência Lusa.

A maioria dos investidores que encontrou, adiantou, tinha um “perfil financeiro” e maior interesse em “apostar na dívida portuguesa, porque entendem que as ‘yields’ [taxas de juro] ainda podem baixar mais”.

No entanto, houve também curiosidade sobre oportunidades de investimento na “economia real”, revelou o presidente da AICEP, que apresentou informações sobre a evolução da economia portuguesa e sobre os setores mais dinâmicos em termos de exportações.

Reconhecendo serem “limitadas” as oportunidades de participação no programa de privatizações, do qual restam apenas a TAP, CP Carga e Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), Frasquilho manifestou vontade de captar investimento estrangeiro para pequenas e médias empresas.

Mesmo saudando a “excelente receptividade” que encontrou, o antigo deputado do PSD admitiu que o trabalho de promover Portugal como uma economia competitiva e dinâmica “exige persistência”, porque nem todos conhecem a “trajetória de sucesso dos últimos anos”.

Dívida
Os juros da dívida portuguesa estavam a cair nesta sexta-feira em todos os prazos, a dois e dez anos para níveis mínimos de sempre, em relação a quinta-feira, alinhados com os da Grécia, Irlanda, Itália e Espanha.

Cerca das 08:30 em Lisboa, os juros da dívida portuguesa a dez anos estavam a cair para 2,370%, um mínimo histórico, depois de terem terminado a 2,450% na quinta-feira. É o quarto dia consecutivo em queda.

O atual mínimo de sempre dos juros a dez anos no encerramento é de 2,374% e foi registrado a 26 de janeiro. Os juros a dois anos também estavam a descer, para 0,258%, um mínimo de sempre, contra 0,305% na quinta-feira.

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