Da redação
Com Lusa
O português é a língua mais falada no hemisfério sul, mas o ensino não é curricular em toda a América do Sul e o Camões – Instituto da Cooperação e Língua pretende alargá-lo aos países do idioma espanhol.
Se o Brasil adotou o espanhol no sistema de ensino público desde 2010, o português não está ainda em todos os países sul-americanos de língua oficial espanhola membros da Conferência Ibero-Americana, que têm de incluir o português no sistema de ensino público.
“Todos os países da Conferência Ibero-Americana devem promover o ensino de outra língua. Assim, paralelamente ao ensino do espanhol em Portugal e no Brasil, os países de língua espanhola deverão caminhar no sentido de integrar o português no ensino público”, explicou o presidente do Instituto Camões, Luís Faro Ramos.
O presidente do instituto responsável pelo ensino de português no estrangeiro acrescentou a necessidade de essas nações que ainda não têm o português como disciplina curricular “assumirem também a língua portuguesa no seu currículo escolar público”.
“O rumo está delineado e agora teremos de fazer esse percurso conjunto, sensibilizando e apoiando esses países”, observou Luís Faro Ramos.
A integração da língua portuguesa nos sistemas de ensinos públicos de países de idioma espanhol na América do Sul está a ser desenvolvida por Portugal e Brasil, em consonância com o consensualizado ao nível dos Estados ibero-americanos.
A língua portuguesa está já nos sistemas de ensino público de Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai e Venezuela.
Portugal e Brasil trabalham em conjunto na promoção externa da língua portuguesa e foram já estabelecidos acordos educacionais com Colômbia, Bolívia e Paraguai.
“Há sinergias a explorar entre nós e o Brasil em países onde há interesse pela língua portuguesa”, vincou Luís Faro Ramos.
Em evolução, está também a possibilidade de a parceria entre Portugal e Brasil no domínio da língua possibilitar que o português seja ensinado na escola das Nações Unidas, em Nova Iorque.
De acordo com um estudo revelado pelo ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a língua portuguesa representa, como matéria para a atividade econômica, quase 17% do Produto Interno Bruto, o equivalente a 30 mil milhões de euros por ano.