Da Redação com Lusa
Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro português agradeceu à Comissão Europeia e a França, Grécia, Itália e Espanha a “ajuda rápida e fundamental” no combate aos incêndios em território nacional, admitindo que o país “vive dias difíceis”.
Numa publicação na rede social X, Luís Montenegro começa por dizer que “Portugal vive dias difíceis devido aos incêndios” a agradece expressamente à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao chefe de Estado e do Governo franceses, Emmanuel Macron e Michel Barnier, e aos primeiros-ministros da Grécia, Itália e Espanha.
“Estamos juntos. Agradeço à França, à Grécia, à Itália e à Espanha a ajuda rápida e fundamental no combate a este flagelo”, refere, numa publicação em português e inglês.
Em comunicado emitido horas antes, o primeiro-ministro já tinha informado estar “supervisionar a coordenação do combate aos incêndios”, mantendo contatos com os líderes da União Europeia, e cancelando a agenda que tinha prevista para hoje e terça-feira.
Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e, no âmbito dessa cooperação, chegam hoje a Portugal dois aviões canadair de Espanha e estão também previstos outros dois meios aéreos de França, disse à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna (MAI).
Fonte da Proteção Civil disse entretanto à Lusa que também já manifestaram disponibilidade para apoiar Portugal a Itália e a Grécia, com dois aviões canadair cada, totalizando oito os meios aéreos que podem chegar a Portugal através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
No domingo, o Governo declarou situação de alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.
Situação
Cerca de 70 pessoas tiveram de ser retiradas e imóveis, incluindo habitações, foram atingidos pelas chamas em diferentes incêndios rurais que deflagraram entre domingo e hoje nas regiões Norte e Centro, e as chamas obrigaram a cortes de trânsito nas autoestradas A25, A1 (incluindo no nó com a A41), A29, A17 e A32 e no Itinerário Complementar (IC) 2, além de motivarem alguns condicionamentos ferroviários.
Em conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), no concelho de Oeiras (distrito de Lisboa), às 13:00, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que as evacuações foram registradas nos fogos de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga e Cabeceiras de Basto, e têm “corrido dentro do expectável”, com a colaboração das populações.
Referindo que a contabilização dos danos divulgada neste ‘briefing’ poderia ter de ser atualizada, o responsável indicou que, em Sever do Vouga, arderam uma habitação e um anexo agrícola, em Cabeceiras de Basto uma habitação e, num outro fogo, em Albergaria-a-Velha, um turismo rural e, de forma parcial, uma habitação.
Depois de, na noite de domingo, um bombeiro afeto ao combate em Oliveira de Azeméis ter morrido por doença súbita, a autoridade deu conta, neste ponto de situação até às 13:00, de um acumulado de mais 17 vítimas nos fogos desde sexta-feira, todos agentes de proteção civil – dois feridos graves, nove ligeiros e ainda seis operacionais assistidos.
Segundo o presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha (Aveiro), o incêndio no concelho causou ferimentos em quatro civis que estavam a tentar apagar os incêndios nas suas habitações e um deles “tem uma certa gravidade”.
Neste concelho há também 20 casas afetadas pelo incêndio, além de viaturas, dois armazéns, um escritório, e várias pessoas ficaram desalojadas, atualizou o autarca, cerca das 14:45.
Pelas 13:00, estavam cerca de 3.500 operacionais envolvidos diretamente nas ações de socorro.
André Fernandes referiu terem sido acionados os planos de emergência do distrito de Aveiro e dos municípios de Albergaria-a-Velha, Águeda, Sever do Vouga e Oliveira de Azeméis, mas, entretanto, o plano municipal de Aveiro foi também ativado, segundo um comunicado da câmara.
Das 00:00 às 12:00 de hoje foram registadas 92 ocorrências de incêndios rurais no continente português, depois de, no domingo, ter havido 173.
Ao início da tarde de hoje, de acordo com o comandante nacional, estavam 36 incêndios rurais em curso no continente português, com a ativação de 32 meios aéreos.