Incêndios: Helicóptero que caiu em Portugal colidiu com linhas elétricas

Da Redação
Com Lusa

O balde do helicóptero que se despenhou durante o combate a um incêndio na localidade do Sobrado, concelho de Valongo, em 5 de setembro, causando a morte ao piloto, Noel Ferreira, colidiu com linhas elétricas, segundo nota informativa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF).

O Eurocopter decolou às 15h10 de uma base privada de Valongo com uma equipe de cinco bombeiros e o equipamento de combate a incêndios composto por cesto e balde.

Após largar a equipe de intervenção no solo, e de ter sido posicionado o balde, o piloto voou para um ponto de água próximo para o primeiro abastecimento e descarga no incêndio.

A nota informativa refere que, “repetido o ciclo, na segunda aproximação ao local do incêndio e em coordenação com um outro meio aéreo” que operava no local, “o piloto, conhecedor da existência e localização das linhas aéreas de transporte de energia existentes no local, define a trajetória para a segunda largada”.

“Após transpor uma primeira linha de muito alta tensão, devidamente sinalizada e composta por 14 condutores, o balde suspenso da aeronave colidiu nos cabos da segunda linha, esta posicionada a uma cota inferior e a cerca de 45 metros de distância horizontal da primeira, motivo pelo qual dispensa sinalização”, relata o GPIAAF.

O troço da segunda linha, envolvida no acidente, segundo a nota informativa, “caracteriza-se por um vão de 400 metros, suportado por um poste a Este de esteira vertical e um outro a Oeste de esteira horizontal”.

“Com o rotor de cauda destruído, as vibrações induzidas por este potenciam uma rápida separação do estabilizador vertical, típica nestes eventos de ‘desbalanceamento’ severo de rotor. Já sem rotor de cauda e sem estabilizador vertical a aeronave inicia uma rotação no sentido anti-horário por efeito do torque do rotor principal. A perda de controlo da aeronave foi inevitável e consequente queda abrupta em rotação, percorrendo 66 metros até se imobilizar”, descreve o GPIAAF.

Após “o violento embate com o solo, de imediato deflagrou um incêndio intenso que consumiu a aeronave na totalidade”, indica a nota informativa, acrescentando que “neste processo o piloto e único ocupante da aeronave foi ferido fatalmente”.

No relatório lê-se ainda que “o serviço de tráfego aéreo foi de imediato alertado” tendo o “segundo meio aéreo no teatro de operações” efetuado uma “descarga de água sobre a aeronave acidentada, a qual, no entanto, não permitiu controlar o incêndio”.

A vítima mortal, Noel Ferreira, de 36 anos, era piloto na Esquadra 751 da Força Aérea Portuguesa e também comandante dos Bombeiros Voluntários de Cete, em Paredes, no distrito do Porto.

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