Incêndios: 47 detenções feitas pela polícia no primeiro semestre

Mundo Lusíada
Com agencias

Quase 50 pessoas foram detidas este ano pela GNR e PJ pelo crime de incêndio florestal, segundo a ministra da Administração Interna, destacando “o aumento significativo” do número de detenções em relação a período homólogo de 2016.

No parlamento, onde está a ser ouvida no âmbito do grupo de trabalho sobre a reforma da floresta, Constança Urbano de Sousa adiantou que a GNR deteve 20 pessoas e a PJ 27 no primeiro semestre deste ano, enquanto, em todo ano de 2016, a Guarda Nacional Republicana fez 21 detenções.

Segundo o Ministério da Administração Interna, 47 pessoas foram detidas pelo crime de incêndio de florestal pela GNR e PJ nos primeiros seis meses do ano, enquanto em período homólogo de 2016 as duas polícias tinham feito oito detenções (duas da GNR e seis da PJ).

Fazendo um balanço das ações de prevenção, vigilância e deteção de incêndios realizadas pela GNR no primeiro semestre deste ano, a ministra disse que a corporação levantou 782 contraordenações no primeiro semestre deste ano, “valor muito superior ao número registado” no mesmo período de 2016, quando se registaram 413 autos.

Constança Urbano de Sousa ressalvou que, no primeiro semestre de 2017, se registrou “um aumento muito significativo de ignições e incêndios florestais quando comparado com o mesmo período de 2016”.

Aos deputados do grupo de trabalho sobre a reforma da floresta, a ministra afirmou também que as horas de empenhamento da GNR estão contabilizadas em mais de 76 mil horas no primeiro semestre do ano, valor superior às 75 mil horas de período homólogo de 2016. “Quanto às patrulhas realizadas, verifica-se também um aumento a 30 de junho. A GNR fez mais de 13 mil patrulhas, superior às mais de 12 mil patrulhas do primeiro semestre de 2016”, adiantou.

Neste mês, um homem de 80 anos suspeito de ter ateado num incêndio em área florestal em Salto, Montalegre, foi detido. Segundo a Polícia, o suspeito “colocou em perigo uma vasta mancha florestal que apenas não foi consumida devido à rápida intervenção do GIPS e bombeiros”.

Caso de Polícia
Ainda, a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) disse no parlamento, que “há um caso de polícia” nas Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), indicando que a entidade gestora destas áreas florestais recebeu financiamento e “simplesmente desapareceu”.

“A gestão destas ZIF não é nada, é um conjunto de mato completamente selvagem, completamente desorganizado. Julgo que há aqui um caso de polícia, porque houve uma entidade gestora que recebeu financiamento e pura e simplesmente desapareceu”, denunciou Miguel Borges, representante da ANMP.

Uma ZIF é uma área territorial contínua e delimitada, constituída maioritariamente por espaços florestais, submetida a um Plano de Gestão Florestal e que cumpre o estabelecido nos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios, e administrada por uma única entidade, designada por Entidade Gestora da ZIF.

Na perspectiva de Miguel Borges, o problema da gestão das florestas portuguesas está relacionado com a desertificação do interior, pelo que são necessárias “medidas urgentes para criar trabalho” no interior do país.

Reconstrução
Após os incêndios no centro de Portugal, a prioridade na revitalização das áreas afetadas será reconstruir as casas afetadas. A decisão “consensual” do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a secretária de Estado da Segurança Social, Cláudia Joaquim, e os presidentes de Câmara de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande foi divulgada após reunião.

Um fundo está sendo criado para uma intervenção a curto prazo na região, “orientado para a construção habitacional”, constituído por donativos nacionais e internacionais, “com participação do Governo através do ministério do Trabalho, municípios e representante da sociedade civil”.

Os danos em habitação particular (169 casas de primeira habitação, 205 de segunda e 117 casas devolutas) são de 27,679 milhões de euros. No total, os prejuízos diretos dos incêndios ascendem a 193 milhões de euros, estimando-se em 303 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia, segundo a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

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