Da Redação
Com Lusa
O incêndio provocado na quarta-feira por um “gesto criminoso” na embaixada portuguesa em Estocolmo “atingiu severamente” as instalações, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros, referindo que não há feridos.
“As nossas instalações foram severamente atingidas, sobretudo na parte consular e também nas instalações da AICEP. Vai demorar algum tempo até que possam tornar a ser utilizadas. Vamos procurar instalações alternativas, onde provisoriamente possam funcionar quer a secção consular quer a delegação da AICEP”, revelou Augusto Santos Silva, questionado pela Lusa, em Lisboa.
Um grande incêndio deflagrou na quarta-feira na embaixada de Portugal na capital da Suécia e o edifício, onde se situam também as embaixadas da Tunísia e da Argentina, foi evacuado. Horas mais tarde, a polícia sueca deteve no centro de Estocolmo um homem suspeito de provocar o incêndio.
O chefe da diplomacia portuguesa disse, na quarta-feira, tratar-se de um “gesto criminoso” causado por “uma pessoa perturbada” e afastou a hipótese de terrorismo.
As autoridades suecas deram conta da existência de 14 feridos na sequência do incêndio, mas o ministro garantiu que “não há nenhuma situação que suscite a mínima preocupação”.
“Não há feridos entre funcionários portugueses nem entre pessoas que estivessem a utilizar os serviços consulares pela simples razão de que ninguém se encontrava nos serviços àquela hora”, descreveu.
Segundo Santos Silva, 12 pessoas receberam assistência no local e duas foram ao hospital, mas por “coisas menores”, e todas “puderam regressar à sua vida normal”.
O chefe da diplomacia portuguesa indicou ainda que os funcionários portugueses ainda não participaram em diligências das autoridades suecas para testemunhar sobre crime e relatou que, ao final da manhã de hoje, o embaixador português em Estocolmo visitou as instalações numa vistoria com a polícia, já que os bombeiros ainda não autorizaram o acesso à zona afetada.
Sobre o autor do crime, Santos Silva disse que se desconhece ainda a sua nacionalidade, mas “a ideia é que possa ser um cidadão de origem europeia”.
“Exprimiu-se em espanhol, aliás fluentemente, e também em inglês, e confirma-se que apresentava um ar totalmente perturbado”, comentou.
O Presidente da República português repudiou o “ato criminoso” e afirmou ter acompanhado “com preocupação” os relatos, segundo uma informação divulgada na página oficial da Presidência.
Marcelo Rebelo de Sousa endereçou ainda a “todos os feridos os votos de rápidas melhoras” e transmitiu a sua “solidariedade ao pessoal e visitantes da chancelaria”, refere a mesma nota.