Da Redação
Com Lusa
A transição digital da Europa e o impulso do mercado único digital serão duas grandes prioridades da presidência portuguesa da UE em matéria de telecomunicações, e “o momento alto” será a inauguração da ligação por cabo ao Brasil.
Neste dia 07, na última reunião dos ministros das Telecomunicações da UE celebrada, por videoconferência, sob a atual presidência alemã do Conselho, Portugal, representado pelo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, apresentou as suas prioridades para o próximo semestre, destacando a importância da interconectividade internacional, enquanto “pilar fundamental para a Europa assegurar a liderança digital”.
De acordo com uma nota do gabinete do ministro, na apresentação que fez aos seus homólogos europeus, Pedro Nuno Santos recordou que, por essa razão, “Portugal, em conjunto com outros Estados Membros, irá apresentar a ‘European Data-Gateway Platforms Strategy'”.
“O momento alto desta estratégia, será assinalado pela inauguração do cabo submarino ‘Ellalink’, que liga o continente sul-americano à Europa, através da ligação de Fortaleza no Brasil, a Sines, em Portugal, o que será mais um passo rumo ao fortalecimento da conectividade internacional da UE”, destaca então a futura presidência portuguesa.
Ainda segundo o gabinete do ministro, este sublinhou na reunião de hoje que “a transição digital da Europa é um ponto essencial para uma recuperação econômica sustentável” e defendeu a necessidade de se “criar uma estrutura inclusiva e regras comuns que promovam a interoperabilidade, a partilha de dados, estruturas regulatórias simplificadas, confiança e mecanismos de cibersegurança acessíveis, baseados em escudos e não em barreiras”.
“Uma sociedade virada para a economia de dados deve servir para todos e não deixar ninguém para trás”, realçou.
Nesse sentido, “o Ato de Governação de Dados será uma das iniciativas legislativas a seguir durante a futura presidência portuguesa, considerando o ministro que a redução de barreiras legislativas e não legislativas à livre circulação de dados é do interesse da UE”.
Em 23 de novembro passado, também o primeiro-ministro, António Costa, ‘elegeu’ a concretização da ligação por cabo entre Sines e Fortaleza como um dos momentos importantes da presidência do Conselho da UE por Portugal, no quadro da sua tradição de se “destacar sempre na Europa como uma plataforma de ligação à escala global”.
Intervindo numa conferência na Universidade Católica, em Lisboa, sobre o programa da presidência portuguesa, Costa observou que “haverá em junho um momento simbólico muito importante, que será a amarração em Sines de um grande cabo submarino – o EllaLink -, ligando o continente europeu ao americano [Fortaleza, Brasil], com a presença da presidente da Comissão Europeia”, Ursula von der Leyen.
“Marcará simbolicamente aquilo que tem sido sempre a função tradicional de Portugal como plataforma de ligação aos outros continentes”, reforçou.
O cabo submarino da EllaLink, um investimento de 170 milhões de euros com uma extensão de 10.119 quilômetros, começa em Fortaleza, no Brasil, atravessa o Atlântico e entra na Europa, por Sines, e oferece uma capacidade de transmissão de dados de 72 terabits por segundo, com baixa latência.
De acordo com a programação da EllaLink, a primeira transmissão de dados do cabo submarino está prevista para final de 2020.