Da Redação
A importação de máquinas, equipamentos e unidades fabris de mercados mais avançados, como o mercado europeu, pode dar uma contribuição muito importante para modernizar o parque industrial brasileiro, incrementando a eficácia, inovação e competitividade das empresas.
Foi este assunto que a Câmara de Comércio Brasil Portugal no Ceará (CBPCE) trouxe, em 6 de novembro, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), durante um encontro de negócios, com café da manhã, destinado a esclarecer seus associados sobre as questões relacionadas à importação de máquinas, equipamentos e unidades fabris seminovos, designadamente em matéria de legislação. O presidente da CBPCE, José Maria Zanocchi, afirmou acreditar que “a indústria cearense poderá experimentar um processo de maior inovação tecnológica”, em setores como a cerâmica, o calçado e a metalomecâmica, podendo aproveitar “máquinas e equipamentos de Portugal, país-irmão que, por conta da crise europeia, tem disponibilidade para exportar esse maquinário e todo o know-how associado”.
A CBPCE decidiu organizar a palestra de negócios sob o tema “Inovando com Tecnologias Comprovadas – Caminhos para importação com sucesso de máquinas, equipamentos e unidades fabris seminovas”, que foi conduzida por Verônica Gurgel, diretora de Aduanas da Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBPCE) e sócia-diretora da LGA Despachos. Falando para algumas dezenas de empresários portugueses e brasileiros que atuam no Ceará, Verônica Gurgel explicou que, no momento atual, a importação de máquinas, equipamentos e unidades fabris seminovos sem similar brasileiro é “uma ferramenta” para que as empresas possam modernizar seus parques industriais com tecnologia que ainda não chegou ao Brasil por um custo bem inferior ao equipamento novo, proporcionando um ganho de produtividade e competitividade nos mercados nacional e internacional.
A diretora de Aduanas da CBPCE e sócia-diretora da LGA Despachos apontou Portugal como um possível mercado emissor desse maquinário usado, ou seminovo, como ela prefere designar. “Em função da crise, muitas empresas portuguesas diminuíram a sua atividade e, em muitos casos, encerraram a atividade. Mas têm disponibilidade de máquinas tecnologicamente mais avançadas do que as que são usadas no Brasil”.
Verônica Gurgel citou Carlos Pastoriza, diretor-secretário da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), para quem “o parque industrial no Brasil é muito antigo, o que tira competitividade e significa sub-investimento em maquinário”. Neste contexto, “a importação de máquinas seminovas é uma das formas da indústria nacional ir galgando o passo e ir crescendo na tecnologia”, preconizou Verônica Gurgel, explicando que, de acordo com a lei brasileira, é permitido importar bens de capital novos e seminovos, matéria-prima e insumos. No caso dos bens de capital é condição básica “a inexistência de similar nacional”.
Como fazer essa importação de forma eficaz, sem problemas aduaneiros, é a grande questão. Verônica Gurgel alertou os empresários para a necessidade de um bom planejamento das operações de importação, defendendo que eles devem se cercar de profissionais competentes, a partir do momento que a empresa decida importar.