Imigração pode combater despovoamento dos Açores, defende governo

Da Redação
Com Lusa

O vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, defendeu que a imigração pode contribuir “decisivamente” para combater o “problema sério” e estrutural do despovoamento do arquipélago açoriano, sobretudo nas ilhas mais pequenas da região.

“Embora não haja soluções milagrosas para este problema estrutural [do despovoamento das ilhas], os imigrantes podem contribuir decisivamente para atenuar esta tendência”, declarou Artur Lima.

O número dois do executivo regional açoriano falou nesta quarta-feira durante uma conferência virtual de apresentação do projeto europeu Regiões para a Integração de Migrantes e Refugiados (REGIN).

Artur Lima considerou o despovoamento do arquipélago como um “problema sério” que necessita de ser enfrentado.

“O despovoamento populacional do arquipélago é já um problema sério, sobretudo nas ilhas mais pequena, e que tem de ser enfrentando e essa é uma prioridade do Governo Regional”, afirmou.

Segundo disse, a estratégia do executivo açoriano para a integração dos imigrantes baseia-se numa “dupla ação”, que prevê a “plena integração das comunidades imigrantes” e na preservação da “identidade cultural açoriana”.

Para Artur Lima, essa “dupla ação” concretiza-se através do “diálogo permanente entre comunidades”, no “reforço da língua portuguesa” e na “formação profissional e incentivo da capacidade empreendedora dos cidadãos” estrangeiros.

“Não tenhamos dúvidas que uma integração bem-sucedida assente na inclusão social resultará numa sociedade mais coesa e una. A açorianidade é um conceito flexível que abarca todos: todos aqueles que se sintam parte desta comunidade chamada Açores”, apontou o centrista.

Na ocasião, o diretor regional das Comunidades do Governo dos Açores, José Andrade, avançou que existem cerca de 3.900 imigrantes nos Açores, oriundos de 95 países diferentes, a maioria do sexo masculino.

A maioria dos imigrantes residentes nos Açores são oriundos do Brasil (18%), seguido da Alemanha (12%) e da China (8%).

Apesar de a ilha de São Miguel ser aquela com maior número de imigrantes, é na ilha das Flores que a imigração tem maior peso na população total da ilha (5,10%).

Para José Andrade, “importa reativar e valorizar” o conselho consultivo regional para as questões da imigração.

Durante a sessão, a coordenadora do REGIN, Claire Street, apresentou o projeto que, além dos Açores, conta com a participação das regiões de Campania e Puglia, de Itália, Skane, da Suécia e Catalunha e Múrcia, de Espanha.

O REGIN pretende criar uma rede internacional para reforçar a capacidade das regiões na integração de imigrantes.

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