Humanidade Desumana

No início, Deus criou o céu e a terra, criou todos os seres, todas as coisas e o homem. Mal sabia Ele, que um dia a criação se voltaria contra o Criador, contra si mesmo, contra tudo e todos. Basta apenas uma contrariedade e, logo se mata, tira-se vidas, desfaz-se famílias, princípios, destrói – por nada – o sentido humano da humanidade, viramos bichos sem qualquer compaixão.

Mal sabia Deus que sua cria teria um dia, menos humanismo que os próprios bichos criados na condição inferior aos hoje, donos do delírio. O que assistimos ultimamente, são horrores causados por seres tidos, ao menos até a decadência da consciência, como “humanos”.

Conforme a maioria das religiões, o mandamento “Não matarás”, é primordial, está gravado no coração do homem, na Lei que codifica valores éticos fundamentais, presentes na consciência da humanidade desde o início. O homicídio é severamente verberado na lei cristã.

Infelizmente quando se lê, se assiste em todos os dias, notícias como: “menina foi jogada de prédio em São Paulo”, ou da menina Madeleine McCann, sumida há quase um ano em Portugal, entre tantas e tantas atrocidades diárias contra inocentes impossibilitados de qualquer defesa, conclui-se que banalizaram os costumes, mandamentos, criação, humanismo e todas as coisas boas. Não há mais como acreditar que exista solução para a desumanidade da humanidade. Definitivamente não há.A menina Isabella Nardoni, de 5 anos, é uma vítima da humanidade. Ela não é vítima do pai, provável responsável, ou da madrasta, como a polícia tenta provar, ela é vitima do vazio, é vitima do humano-bicho, cruel, incrédulo, insano, o detrito pior que sobrou de outros tempos.

Assim como na humanidade boa, que ainda existe em alguns, Deus também deve estar muito triste. Afinal, criou coisas, não são pessoas, nasceram como pessoas, foram acarinhados por uma mãe, mas são coisas, tão ruins, que até animais têm mais apreço aos seres iguais e até aos diferentes, com mais amor natural que esses pseudo-s humanos.

Enquanto que alguns ainda amam, outros mostram que matar é mais fácil, mas é a mais radical expressão da negação do amor. Não se orgulhe, isso é conquista da humanidade.

E paralelo a tudo assistimos a mãe de Madeleine, que ainda tem esperanças de encontrar sua filha, mesmo depois de quase um ano do desaparecimento, afinal ela não viu a filha morta.

Já em São Paulo a mãe biológica da pequena Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, assiste calmamente as investigações, sem esboçar nenhuma reação, nela não há esperança de vida – a filha de cinco anos foi brutalmente assassinada e jogada de uma janela do prédio, como um lixo qualquer, e isso é a realidade cruel da mãe, não há esperança na humanidade desumana.

Odair SeneEditor do Jornal Mundo Lusíada

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