O Pátio das Escolas da Universidade de Coimbra viveu dia 30 momentos de euforia protagonizada por dezenas de jovens brasileiros, perante a presença do ex-presidente Lula da Silva e da atual chefe de Estado Dilma Rousseff.
Mundo Lusíada
Com Lusa
Lula disse em Coimbra que o seu doutoramento “honoris causa” é uma “homenagem ao povo brasileiro” pela “revolução econômica e social” realizada no Brasil nos últimos oito anos.
“Mais do que um reconhecimento pessoal, acredito que esta láurea é uma homenagem ao povo brasileiro, que nos últimos oito anos realizou, de modo pacífico e democrático, uma verdadeira revolução econômica e social”, afirmou o ex-presidente do Brasil, em sua intervenção na cerimônia do seu doutoramento “honoris causa” na Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra.
Na sua opinião, o Brasil “deu um enorme salto qualitativo no rumo da prosperidade e da justiça”, deixando “para trás um passado de frustrações e ceticismo”. “Após uma prolongada estagnação, o Brasil voltou a crescer de modo vigoroso e continuado, gerando empregos, distribuindo renda e promovendo vasta inclusão social”, acrescentou Lula.
A Universidade de Coimbra já outorgou esse mesmo título a outros dois presidentes brasileiros: Fernando Henrique Cardoso e Juscelino Kubitschek. Após saber do falecimento do ex-vice-presidente José Alencar, Lula falou aos jornalistas em Portugal, chorou e dedicou a homenagem a ele.
Ao chegar a Coimbra, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou, em 29 de março, que o Brasil poderá ajudar a economia portuguesa, ao ser questionada pelos jornalistas sobre a possibilidade do Brasil ajudar Portugal a ultrapassar a atual crise econômica. “O Brasil poderá ajudar Portugal, como Portugal ajudou o Brasil economicamente”.
“O Brasil tem um compromisso com Portugal e sempre vai ter. Nós queremos ajudar. Portugal não é um parceiro qualquer, é um país com o qual temos uma ligação umbilical. É uma relação especial, vamos fazer tudo o que for possível, dentro da nossa legislação [para ajudar Portugal]”, disse a presidente em declarações à imprensa.
Euforia em Coimbra
O Pátio das Escolas da Universidade de Coimbra viveu dia 30 momentos de euforia protagonizada por dezenas de jovens brasileiros, perante a presença do ex-presidente Lula da Silva e da atual chefe de Estado Dilma Rousseff.
Lula da Silva foi o primeiro a chegar à Porta Férrea da universidade que dá acesso ao Pátio das Escolas e, depois de passar por cima das capas dos estudantes que o aguardavam, quase foi “engolido” pela multidão que o acompanhou em permanência no percurso até ao edifício da Reitoria.
O cenário repetiu-se, minutos mais tarde, quando chegou Dilma Rousseff, recebida no exterior pelo Presidente da República, Cavaco Silva, acompanhado pelo seu homólogo de Cabo Verde, Pedro Pires, pelo primeiro ministro José Sócrates e pelo reitor de Coimbra, João Gabriel Silva.
A Presidente do Brasil, que tinha também à sua espera alguns manifestantes contra a construção de uma barragem na Amazônia, atravessou, a custo, a Porta Férrea, no meio de muitos empurrões e vários jovens brasileiros, aos saltos e aos gritos de “Dilma, Dilma”. “Em defesa da Amazônia – Dilma pare a barragem do Belo Monte” era o que se lia numa faixa que empunhavam à porta da universidade.
A confusão voltou a instalar-se quando Lula da Silva atravessou o pátio num curto percurso até à Biblioteca Joanina: “Olha o Lula”, ouviu-se, e a multidão, envergando bandeiras e camisolas da seleção brasileira de futebol, saiu em corrida em direção ao ex-presidente.
Até o cortejo solene de doutorados das várias faculdades da Universidade de Coimbra, que precede a cerimônia de doutoramento, habitualmente silencioso, foi “perturbado” pelos jovens brasileiros logo na altura em que Lula assomou à porta da biblioteca Joanina, recebido com vivas e gritos de “Brasil, Brasil”.
Brasil em luto
O velório do ex-vice-presidente do Brasil José Alencar, dia 30 no Palácio do Planalto, só terminou quinta-feira, quando o corpo deixa Brasília, para ser levado a Belo Horizonte. Durante toda a noite, o velório foi aberto à visitação pública. O ex-vice-presidente José Alencar morreu dia 29, aos 79 anos, vítima de câncer, em São Paulo.
Após uma cerimônia de honras militares com a presença do presidente em exercício, Michel Temer, e dos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, da Câmara dos Deputados, Marco Maia, e do Senado, José Sarney, o corpo foi levado por um caminhão do Corpo de Bombeiros até o Palácio do Planalto, em cortejo fúnebre que passará pelo Eixão e depois pelo Eixo Monumental, ganhando a Praça dos Três Poderes.
Todos os ministros de Estado cancelaram os compromissos previstos para quarta-feira, diante da convocação de todos para as 9h, feita pela presidente Dilma, ao saber da notícia da morte de Alencar.