Guiné-Bissau destaca prioridade de combater “dupla epidemia de doenças transmissíveis”

Da Redação

Guiné-Bissau é co-presidente da 69ª sessão do Comité Regional Africano da Organização Mundial de Saúde, OMS, que reúne ministros dos 47 Estados-membros em Brazzavile na República do Congo.

O principal órgão de decisão sobre a saúde na região africana está reunido até esta sexta-feira no encontro anual, que avalia questões sobre o continente e recomenda estratégias para melhorar os resultados no setor.

Cerca de um mês após a posse do novo Governo da Guiné-Bissau, a ministra da Saúde Magda Robalo disse que uma das prioridades do país é fazer frente ao fardo emergente de doenças não transmissíveis. Em África, este grupo de enfermidades poderá provocar a morte de mais 28 milhões de pessoas na próxima década.

“Há prioridades, a mortalidade materno-infantil e há também uma dupla epidemia de doenças transmissíveis, nomeadamente sida e tuberculose. Temos o paludismo e ainda as doenças infantis, mas também nós começamos a sentir o fardo das doenças crônicas, das doenças não transmissíveis como sejam as doenças do foro cardiovascular, o cancro, a diabetes. Estamos a trabalhar ainda para que número insuficiente e pouco qualificado de técnicos que nós temos possa ser aumentado e melhorado para poder fornecer uma melhor saúde à nossa população.”

Na quarta-feira, o Conselho de Ministros da Guiné-Bissau aprovou o Programa do Governo de 10ª legislatura que deve ser aprovado pela Assembleia da República.

Robalo disse que o seu ministério trabalha “afincadamente para que muito rapidamente o povo guineense possa sentir progressos no domínio da saúde.” Segundo ela “há muitas áreas com lacunas e muita dificuldade em aceder a serviços de saúde de qualidade”.

Dificuldades
Em termos regionais, somente um terço das pessoas dos 47 Estados-membros da OMS em África pode ter acesso a serviços essenciais de saúde. A mesma proporção pode fazê-lo sem receio de dificuldades financeiras.

No evento, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, destacou que muitos países fizeram progressos impressionantes na prestação de serviços essenciais de saúde em nível distrital, mas ainda há grandes lacunas.

Entre os principais desafios estão o reforço dos cuidados primários de saúde e o melhor investimento no capital humano.

A reunião reelegeu a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, para mais um mandato de cinco anos. A representante destacou como progressos o maior acesso aos serviços de HIV, com o aumento do número de pessoas que se beneficiam de tratamento antirretroviral em mais que o dobro nos últimos seis anos.

África também teve uma das maiores reduções de novos casos de tuberculose e está à beira de erradicar a poliomielite.

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