Ambas no norte de Portugal, Guimarães passa a capital europeia da Cultura em 2012, enquanto Braga desfila o título de capital europeia da Juventude 2012.
Da Redação
Com agencias
A cidade portuguesa de Guimarães é a partir deste sábado capital europeia da cultura. Nestes cenários que estão sendo preparados, será dado destaque à renovação dos espaços exteriores e aos equipamentos que vão perdurar para além da Capital Europeia, bem como os eventos do dia de abertura.
Guimarães tem o título de Capital Europeia da Cultura de 2012, conquistado juntamente com a cidade de Maribor, na Eslovénia, e a sua abertura contará com a presença do presidente português Cavaco Silva.
“A primeira noite, nos bares, ruas, largos e praças do centro histórico de Guimarães, será o pulsar que se pretende manifestação coletiva de regozijo, de esperança renovadora e marca indelével da celebração do encontro”, nota a organização de Guimarães – Capital Europeia da Cultura.
Ao longo dos próximos meses, música, cinema, fotografia, artes plásticas, arquitetura, literatura, pensamento, teatro, dança e artes de rua farão parte do dia-a-dia de Guimarães, que poderá registrar um crescimento da atividade turística. A programação completa de Guimarães poderá ser consultada no endereço http://www.guimaraes2012.pt/.
Seis anos passaram desde o primeiro passo para transformar Guimarães em Capital Europeia da Cultura em 2012. Desde 2006, foram anos de preparação, nascimento de uma Fundação com o nome da cidade, discussão, polêmicas, mudanças na liderança, que transformaram um sonho numa realidade.
Esta não é a primeira vez que uma cidade portuguesa é Capital Europeia da Cultura. Já em 2001 o Porto, segunda maior cidade do país, havia celebrado esse título.
Para Teresa Lago, diretora do Porto 2001, o sucesso de uma capital europeia da cultura “não tem a ver com a sua dimensão” mas com “o patrimônio que já tem, quando se candidata”, considerou em entrevista à Agência Lusa.
Teresa Lago acredita que Guimarães poderá ganhar desenvolvimentos permanentes, até porque “qualquer cidade tem uma capacidade excelente para ser Capital Europeia da Cultura”, desde que “aproveite o que já tem” e faça disso uma “oportunidade de afirmação e alavancagem para o futuro”.
“Há e houve projetos de Capital Europeia da Cultura com carizes muito diferentes”, explicou a cientista, que salientou que “enquanto para uns era uma celebração cultural, para outros era uma oportunidade de desenvolvimento da própria cidade.”
“O Porto, em termos de equipamentos culturais e de espaços públicos, certamente que mudou”, prosseguiu, recordando que “estava tudo preparado para que houvesse uma continuidade pós-Porto 2001.” Segundo ela, essa continuidade foi “quebrada” porque, a partir desse ano, “a gestão local deixou de entender a cultura como uma mais-valia e como marca importante para a cidade”.
Capital da Juventude
Enquanto isso, Braga assinala o início das comemorações de Capital Europeia da Juventude (CEJ) 2012. Segundo Hugo Pires, presidente da Fundação Bracara Augusta, “nunca aconteceu na história da Europa termos duas capitais europeias tão próximas“.
Em frente ao Arco da Porta Nova, um ex-libris bracarense, Ricardo Veiga, de 34 anos, disse à Lusa que o fato de haver duas capitais europeias tão próximas “só fortalece a zona Norte do país e cria provavelmente mais laços entre cidades que estão normalmente de costas voltadas.”
Já Fátima Gomes, que aproveitou o arranque da Capital Europeia da Juventude para passear com as filhas, considera que “é habitual entre cidades vizinhas haver rivalidades”, pelo que até considera que poderá ser “algo positivo, neste tipo de picardias”.
Também José Carvalho, de 62 anos, disse à Lusa que “Braga e Guimarães nunca se entenderam muito bem”, pelo que até achava bem que “começassem a habituar-se uns aos outros.”
Em 14 de janeiro Braga assinalou o início de 14 mil horas de programação vocacionadas para “capacitar” os jovens e “promover a marca Braga”, que conta com um orçamento de seis milhões de euros.
Braga 2012 tem por objetivo “dar ferramentas aos jovens para enfrentarem o mercado de trabalho, promover a participação cívica e ativa dos jovens e projetar a marca Braga como uma cidade com história, mas também com futuro”.
No total, serão 14 mil horas de programação dedicada à juventude e ao que a “inquieta”, sendo que foram esperadas para o primeiro dia 10 mil pessoas nas ruas de Braga.
Com esta iniciativa, a organização espera “encher a cidade de milhares de pessoas” ao longo do ano de 2012.