Guerra na Ucrânia também é contra o direito e a ordem internacional – MNE

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, posa para a fotografia no final de encontro com o homólogo da Ucrânia, onde reiterou o apoio de Portugal no dia do 31.º da independência da Ucrânia, em Kiev, Ucrânia, 24 de agosto de 2022. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Da redação com Lusa

O chefe da diplomacia portuguesa, João Gomes Cravinho, considerou que o isolamento da Rússia na ONU demonstra o entendimento de que a guerra na Ucrânia também é contra o direito e a ordem internacional.

A Assembleia das Nações Unidas aprovou, na quarta-feira, uma resolução a condenar a anexação ilegal de quatro regiões ucranianas pela Rússia, depois de Moscou ter vetado uma posição idêntica no Conselho de Segurança.

A resolução, sem caráter vinculativo, reuniu o apoio de três quartos dos membros da Assembleia Geral, ou 143 países, e foi rejeitada por Rússia, Bielorrússia, Coreia do Norte, Nicarágua e Síria, registrando-se ainda 35 abstenções, entre as quais a da China.

“O isolamento russo mostra que o mundo compreende que a guerra contra a Ucrânia é também uma guerra contra o direito e a ordem internacional”, disse João Gomes Cravinho numa mensagem na rede social Twitter.

O ministro dos Negócios Estrangeiros ilustrou a sua declaração com o quadro da votação da resolução, comentando que “as Nações Unidas condenaram por esmagadora maioria as anexações e os falsos referendos russos em território ucraniano”.

Portugal foi um dos países que votaram a favor da condenação da Rússia, assim como o Brasil.

Das quatro resoluções aprovadas pela ONU desde que as tropas russas invadiram o país vizinho, em 24 de fevereiro deste ano, esta foi a que conseguiu reunir o maior apoio da Assembleia Geral à Ucrânia e contra a Rússia.

Na resolução, a Assembleia Geral apela para que a comunidade internacional não reconheça a anexação de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, anunciada pela Rússia no final de setembro, e exige a Moscovo que reverta a decisão.

A resolução condena claramente os “chamados referendos ilegais” promovidos pela Rússia e a “tentativa de anexação ilegal”, e diz que são inválidos à luz do direito internacional.

A Assembleia Geral declara também que as ações da Rússia violam a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, e são inconsistentes com os princípios da Carta da ONU.

Manifesta também “o seu forte apoio” às iniciativas do secretário-geral da ONU, António Guterres, para desanuviar a atual situação em busca da paz através do diálogo, da negociação e da mediação, no respeito das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia.

A anexação das quatro regiões ucranianas seguiu-se a referendos em cada uma delas realizados sob ocupação militar.

A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014, também após uma consulta popular realizada nas mesmas circunstâncias.

A guerra na Ucrânia desencadeada pela Rússia mergulhou a Europa naquela que é considerada a mais grave crise de segurança desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

É desconhecido o número de baixas civis e militares, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será consideravelmente elevado.

Segundo a ONU, Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Timor-Leste votaram a favor da resolução; Moçambique se absteve e São Tomé e Príncipe não votou; resolução do órgão é a quarta sobre a Ucrânia desde que iniciou a guerra com a Rússia há oito meses.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fliporto anunciou edição 2025 em Aveiro, Portugal

Por Ígor Lopes Foi encerrada, no último domingo em Olinda, no nordeste brasileiro, a edição 2024 da Festa Literária Internacional de Pernambuco. Um evento que teve lugar no Mercado Eufrásio Barbosa. Esta festa literária atraiu mais de cinco mil pessoas

Leia mais »