Grupo hoteleiro Pestana precisa de 1.000 trabalhadores para o verão

Da Redação com Lusa

O presidente executivo do Pestana disse neste dia 18 que o grupo português necessitará de mais 1.000 trabalhadores para o verão e que já estão contratados cerca de 480 funcionários.

“Segundo os nossos cálculos será preciso um reforço de 1.000 pessoas, temos já recrutadas 480”, disse José Theotónio na conferência de imprensa de apresentação das contas de 2021, no Pestana Palace, em Lisboa.

Segundo o gestor, o grupo tem vantagens para os seus funcionários acima do mercado, como seguro de saúde.

Questionado sobre se há risco de haver hotéis que têm de fechar por falta de pessoal, o gestor disse que isso pode acontecer, referindo que a Pousada de Estremoz (Alentejo) esteve fechada até início deste ano por não terem empregados suficientes.

Os trabalhadores do Grupo Pestana são quase todos portugueses, afirmou ainda o responsável, referindo que os acordos de facilitação de trabalhadores para a hotelaria originários de países dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), Índia ou Nepal foram falados, mas “até hoje não chegaram ao terreno”.

Segundo José Theotónio, um dos problemas na falta de trabalhadores para hotelaria em Portugal também se deve ao sistema de ensino e ao pouco valor que se dá ao ensino profissional, com impacto no recrutamento de funcionários para a hotelaria.

O Grupo Pestana divulgou hoje que obteve lucros de 23 milhões de euros em 2021, face a prejuízos de 32 milhões em 2020, disse o presidente executivo, acrescentando que 2022 pode já chegar aos valores de 2019 apesar das “nuvens negras” que persistem, desde logo a guerra na Europa.

Quanto a novos hotéis, em 2022 já foram abertos os que o grupo queria abrir este ano (Pestana Douro e Pestana CR7 Marraquexe), podendo ainda abrir o hotel que está em construção em Lisboa, nas Portas do Sol (Alfama), mas caso aconteça será só no fim do ano.

Os outros hotéis em construção ou projeto não serão para abrir este ano, caso do hotel em construção na Rua Augusta, em Lisboa. O grupo tem ainda projetos para novos hotéis nas ilhas de Porto Santo e Madeira (na Praia Formosa, no Funchal) e um Pestana CR7 em Paris (França). Está ainda um hotel em construção nos Estados Unidos, em Newark, mas que é um investimento de uma família luso-americana (família Seabra) e ao Pestana caberá a gestão.

Sobre vendas de hotéis, José Theotónio disse que não têm alienações planeadas.

Já sobre a recente venda ao fundo espanhol Azora do Pestana Blue Alvor, José Theotónio disse que a proposta tinha um preço que não podiam recusar, mas não quis divulgar o valor. O jornal ‘online’ Eco noticiou que a aquisição terá ficado entre 75 e 80 milhões de euros.

Além da atividade hoteleira – a principal –, o Grupo Pestana também tem atividade imobiliária (de construção e comercialização de empreendimentos), tendo referido o presidente executivo que foi essa área de negócio a “boia de salvação em 2020” e que em 2021 representou 40% da atividade do grupo. Com a normalização da atividade hoteleira, o objetivo do grupo é que a operação imobiliária tenha um peso de 20% a 30%.

José Theotónio afirmou que foi um “êxito” a comercialização dos empreendimentos em Tróia, Comporta e Brejos da Carregueira (ainda em construção), pois estão totalmente vendidos, e que também o projeto dos Açores foi todo vendido em 2021. Estão atualmente em comercialização os projetos de Porto Covo (Alentejo), Madeira e Algarve.

Com 50 anos de atividade, o Grupo Pestana detém e gere mais de 100 hotéis em 16 países. Na hotelaria, opera com quatro marcas, que são Pestana Hotels & Resorts, Pestana Collection Hotels, Pestana Pousadas de Portugal e Pestana CR7 Lifestyle Hotels. No total, tem mais de 12.000 quartos disponíveis na Europa, África e América.

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