Greve: TAP prevê realizar 70% dos cerca de 300 voos programados nesta segunda

Membros da tripulação no Terminal do Aeroporto de Lisboa, em 01 de maio. Foto MIGUEL A. LOPES / LUSA
Membros da tripulação no Terminal do Aeroporto de Lisboa, em 01 de maio. Foto MIGUEL A. LOPES / LUSA

Mundo Lusíada
Com Lusa

Nesta segunda-feira, a TAP prevê realizar 70% dos cerca de 300 voos programados, neste quarto dia de greve dos pilotos, segundo uma fonte da transportadora aérea portuguesa. “A mensagem que queremos passar no dia de hoje, quarto dia de greve dos pilotos, é que estamos a prever realizar 70% dos cerca de 300 voos programados, ou seja, manter aquilo que tem vindo a acontecer nos dias anteriores”, adiantou à Lusa Carina Coelho, do gabinete de imprensa da TAP. Segundo ela, no domingo, a TAP realizou (até às 19:00) 70% dos 272 voos programados, o que equivale a 189, tendo sido cancelados 83, a maioria dos quais da Portugália.

Os pilotos da TAP cumprem nesta segunda o quarto de dez dias de greve, por considerarem que o Governo não está a cumprir dois acordos, assinados em 1999 e em dezembro de 2014.

O primeiro conferia aos pilotos uma participação de até 20% da TAP em caso de privatização, em troca de atualização dos salários, mas o Governo diz atualmente que a pretensão não tem qualquer validade, remetendo para um parecer do conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República.

O segundo acordo juntou nove sindicatos, em dezembro passado, mas o SPAC diz que o Governo não pretende cumpri-lo, o que é manifesto por não ter incluído sanções ao incumprimento no caderno de encargos da privatização. Neste ponto, o mais polêmico é a reposição das diuturnidades (subsídio de senioridade), congeladas sucessivamente desde o Orçamento de Estado para 2011.

O primeiro dia de greve ficou marcado ainda por uma reunião do Governo com o presidente da TAP, Fernando Pinto. No final da reunião, o ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou aos jornalistas que já não havia “nada para negociar” com os pilotos. Nos dez dias de greve, deverão ser afetados cerca de 3.000 voos e 300 mil passageiros. Confira AQUI a listagem dos voos TAP.

Segundo Sérgio Monteiro, secretário de Estado dos Transportes, o impacto da greve nesses primeiros dias da paralisação já soma 10 milhões e 20 mil euros. O montante de 8,4 milhões referidos inicialmente diziam respeito à venda de bilhetes, enquanto o novo valor reflete soma os demais encargos da TAP, como pagamento de hotéis e refeições a passageiros.

Norte e Centro
A Associação Empresarial de Portugal (AEP) lamentou que estejam a ser as regiões Norte e Centro as mais prejudicadas pela greve. “Trata-se de duas regiões que têm no aeroporto Francisco Sá Carneiro uma importante infraestrutura de apoio à atividade exportadora das suas empresas, porta de entrada de relevantes fluxos turísticos e fator de mobilidade para milhares de portugueses daqui naturais ou que aqui vivem”, diz em comunicado o presidente da AEP, Paulo Nunes de Almeida, que apela ao fim da greve na companhia aérea.

A associação empresarial realçou que “ao fim de três dias de greve, já se percebeu que quem gere o grupo TAP optou por subalternizar o centro operacional que ainda tem no Porto, na tentativa de mitigar os efeitos da paralisação em Lisboa”. A AEP solicita ao conselho de administração da TAP “especial atenção para a difícil situação em que se encontram centenas de clientes seus que optaram por entrar ou sair do país a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro”, pelo que “urge a adoção de medidas excepcionais, para que os serviços e as respostas disponibilizadas aos passageiros em Lisboa também o sejam no Porto”.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), que convocou dez dias de greve, considerou que a adesão na TAP e na Portugália é superior a 70%, valor que contrasta com o da empresa. Segundo o sondicato, a adesão [dos pilotos] à greve é superior a 70%”, conclui a direção do SPAC, realçando que “a adesão é ainda mais esmagadora na Portugália do que na TAP”.

Nas contas da TAP, até às 12:30, o grupo realizou cerca de 75% da operação programada para o segundo dia de greve, tendo sido cancelados 40 voos e realizados 123 de um total de 163.

No primeiro dia de greve, dia 01, a TAP garantiu a realização de apenas 30 voos durante das quase 300 ligações previstas. A companhia aérea disponibiliza já a lista dos voos que serão realizados: nos dez dias de greve estão garantidas um total de 276 as ligações pelos serviços mínimos (10% da operação durante o período).

Os serviços mínimos decretados pelo Tribunal Arbitral do Conselho Econômico e Social (CES) preveem a realização de voos para Açores, Madeira, Brasil, Angola, Moçambique e sete cidades europeias. Ainda assim, a companhia aérea sublinha que “com uma média diária nos próximos dias de 296 voos, a realização da restante operação não contemplada pelos serviços mínimos vai depender da adesão dos pilotos à greve”.

Nesse sentido, os passageiros com voos marcados na TAP entre 01 e 10 de maio poderão só saber se têm viagem apenas com uma hora de antecedência, quando a companhia souber se os pilotos se apresentam ou não ao serviço.

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