Greve Motoristas: Sindicato reafirma que só suspende greve se houver negociação

Um caminhão sai da sede da Companhia Logística de Combustíveis (CLC), em Aveiras de Cima, 16 de agosto de 2019, durante paralisação dos motoristas, o que permitiu a constituição de uma Rede de Emergência de Postos de Abastecimento (REPA), com 54 postos prioritários e 320 de acesso público. TIAGO PETINGA/LUSA

Da Redação
Com Lusa

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Francisco São Bento, se houver negociação com a Antram, a greve que começou na segunda-feira por tempo indeterminado “será suspensa”.

O dirigente sindical falava aos jornalistas à entrada de uma reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa, à qual chegou acompanhado pelo advogado e porta-voz do SNMMP, Pardal Henriques.

“Uma vez que haja reunião de negociações, a greve será desconvocada, aliás suspensa até à meia noite de domingo”, afirmou Francisco São Bento, deixando claro, no entanto, que se a negociação não avançar, “a greve mantém-se”.

Francisco São Bento disse esperar que nesta reunião haja negociação, uma vez que foram chamados ao ministério “nesse sentido”.

O SNMMP admitiu suspender a greve a partir do início de uma reunião “a ser convocada pelo Governo”, até domingo, data de um plenário dos trabalhadores.

Na quinta-feira, o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) desconvocou a greve e retomou as negociações com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram).

Na quarta-feira, a Antram chegou a entendimento com a federação sindical da CGTP, a Fectrans, que não convocou a greve.

Já o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) vai manter até terça-feira, tal como previsto, a greve iniciada na segunda-feira por parte de trabalhadores em empresas que estão a “desrespeitar” algumas cláusulas legais.

“Já se conseguiu em algumas empresas esclarecer algumas cláusulas, mas vamos manter a greve até às 24:00 de terça-feira”, disse o coordenador sindical José Manuel Silva à Lusa.

A paralisação de nove dias, até às 24:00 de terça-feira, realiza-se por motivos distintos da greve convocada pelos sindicatos SNMMP e SIMM.

“No nosso caso, concordamos com o acordo para o aumento a partir de janeiro e consideramos que, relativamente a 2021 e 2022, há tempo para negociar”, explicou o coordenador do STRUN em declarações à Lusa na terça-feira.

O problema, disse, são “quatro cláusulas que não estão a ser bem entendidas e algumas que têm de ser retificadas”.

José Manuel Silva referiu que uma das dificuldades se prende com empresas que estão a incluir “nas 45 horas de descanso obrigatório” o descanso adicional previsto por cada domingo passado a trabalhar fora do país.

De acordo com o sindicalista, existem também complicações devido ao facto de a lei ter deixado de prever que, a partir dos 50 anos, os trabalhadores possam deixar de fazer deslocações internacionais.

A isto, somam-se casos de empresas que “todos os dias colocam os trabalhadores a fazer horas extra”, quando, “num período de quatro meses, estão previstas oito horas extra no máximo”, acrescentou.

A greve do STRUN, que representa cerca de mil motoristas de mercadorias do Norte, começou às 00:00 de segunda-feira nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real.

Serviços mínimos superados – Governo

A requisição civil foi cumprida neste dia 16 e os serviços mínimos “superados”, naquele que foi o quinto dia da greve dos motoristas de matérias perigosas, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério do Ambiente e Transição Energética.

“A título de exemplo, das 143 cargas previstas em Leça de Palmeira, foram cumpridas 184 (129%) em Sines, das 40 cargas previstas foram cumpridas 46 (115%) e em Aveiras, das 196 cargas previstas, foram cumpridas 203 (111%)”, revelou a tutela na mesma nota.

Já no caso dos aeroportos, os serviços de abastecimento “foram os previstos”, indicou o Governo.

“As Forças de Segurança e as Forças Armadas só foram pontualmente solicitadas para conduzir as viaturas de transporte carburante”, acrescentou o executivo.

Por sua vez, a REPA (Rede de Emergência de Postos de Abastecimento) apresentava “às 18.00 horas de hoje os seguintes níveis de preenchimento de stocks: gasóleo 57,71%, gasolina 50,70%”, lê-se na mesma nota.

O executivo anunciou que o número de postos REPA exclusiva vai baixar hoje de 52 para 26.

“Vamos reduzir ainda hoje de tarde o número de postos que pertencem à rede REPA exclusiva” no Continente, afirmou João Pedro Matos Fernandes, em conferência de imprensa, em Lisboa, para balanço da greve dos motoristas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Fliporto anunciou edição 2025 em Aveiro, Portugal

Por Ígor Lopes Foi encerrada, no último domingo em Olinda, no nordeste brasileiro, a edição 2024 da Festa Literária Internacional de Pernambuco. Um evento que teve lugar no Mercado Eufrásio Barbosa. Esta festa literária atraiu mais de cinco mil pessoas

Leia mais »