Da Redação
Com Lusa
O vice-presidente da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal afirmou que os empresários estão a enfrentar “dificuldades” em assegurar o abastecimento de produtos essenciais devido à greve dos motoristas de matérias perigosas.
“A AHRESP acompanha com muita apreensão esta greve, na medida em que representa uma ameaça séria à atividade turística num período particularmente sensível que é o da Páscoa”, afirmou o vice-presidente da AHRESP, Joaquim Ribeiro, numa declaração à Lusa.
Devido aos constrangimentos de abastecimento de combustível, “o risco de existir uma fuga de turistas para outros destinos é evidente, com prejuízo para as unidades de alojamento turístico e restauração”, declarou.
O responsável afirmou também que é necessário “considerar as dificuldades que os empresários estão a enfrentar para assegurar o abastecimento de produtos essenciais ao seu negócio, bem como a deslocação dos trabalhadores do setor, com dificuldades para chegar aos seus postos de trabalho”.
Neste cenário, a AHRESP apela ao “consenso entre as partes envolvidas nesta crise, de forma a minimizar o seu impacto num setor essencial à economia nacional”.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito.
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas “praticamente” com a rede esgotada.
Duas Urgências
O Presidente português considerou que “há duas urgências” a resolver no que toca à greve dos combustíveis, que passam por “garantir que os serviços mínimos funcionam mesmo” e que são ampliados e “tratar da questão de fundo”.
“Eu direi, em primeiro lugar, num clima que tem de ser um clima de serenidade, que há duas prioridades, duas urgências, que são simultâneas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, em Setúbal.
A “primeira urgência” é a de “garantir que os serviços mínimos funcionam mesmo” e que “são de tal forma amplos que cobrem aquelas necessidades coletivas que verdadeiramente justificam esses serviços mínimos”, como os casos dos transportes coletivos ou da distribuição de medicamentos, defendeu.
O Presidente da República considerou que “faz sentido a eventual ampliação dos serviços mínimos, não só a todo o país”, como “o Governo já deu a entender”, mas “também a outras atividades, porque também elas são, de alguma maneira, estratégicas na definição dos serviços mínimos”.
Ao mesmo tempo, acrescentou, “é preciso tratar da questão de fundo, porque os serviços mínimos não resolvem o problema das pessoas”.