Mundo Lusíada com Lusa
O Governo português aprovou hoje o diploma que estabelece as condições para a privatização da TAP, anunciou hoje o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Móz Caldas, em conferência de imprensa, em Lisboa.
Também foi anunciado a intenção de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, reservando até 5% aos trabalhadores, adiantou o ministro das Finanças, Fernando Medina, no final do Conselho de Ministros. “Esta é a percentagem mínima” da alienação, destacou.
O governante, que deu conta da aprovação de um diploma neste sentido, indicou que o executivo procura um “investidor de escala” no setor aéreo no contexto da reprivatização da TAP, que voltou à esfera do Estado durante a pandemia.
Na semana passada, no parlamento, o primeiro-ministro, António Costa, colocou a hipótese, entre diferentes cenários, de se privatizar a totalidade do capital da TAP, apesar de indicar que o montante ainda não tinha sido definido e que irá depender do parceiro escolhido.
Hub de Lisboa
O ministro das Finanças disse ainda que a manutenção do ‘hub’ de Lisboa não é um constrangimento à reprivatização da TAP, mas sim o motivo pelo qual faz sentido adquirir a companhia aérea.
“Para uma companhia aérea de referência, o ‘hub’ de Lisboa não é um constrangimento, é mesmo o motivo pelo qual adquirir a TAP faz sentido, porque acrescenta uma dimensão que é complementar aos outros ‘hub’ que as companhias tenham”, afirmou Fernando Medina.
Além da manutenção e crescimento do ‘hub’ (aeroporto que serve como centro de distribuição de passageiros), o Governo definiu ainda como objetivos estratégicos centrais da venda o crescimento da TAP, o investimento e emprego que o novo investidor possa trazer para Portugal em atividades de alto valor no setor da aviação, o melhor aproveitamento da rede de aeroportos nacionais valorizando e fazendo crescer operações de ponto a ponto, nomeadamente no aeroporto do Porto, e o preço e valor oferecido para aquisição das ações da companhia.
O Governo quer aprovar em Conselho de Ministros até ao final do ano, ou “o mais tardar” no início de 2024, o caderno de encargos da privatização da TAP.
Numa altura em que se começam a perfilar interessados à compra da companhia aérea que voltou ao controlo do Estado em 2020, este documento que enquadra as condições para a privatização da TAP terá de ser promulgado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já mostrou favorável à venda.
Conferência de imprensa do Conselho de Ministros https://t.co/atHM7XLyEb
— República Portuguesa (@govpt) September 28, 2023
Segundo avançou a Lusa, a companhia aérea alemã Lufthansa manifestou interesse em comprar parte do capital da TAP.
“O plano de venda de uma participação na portuguesa TAP é interessante para nós”, defendeu a Lufthansa, numa nota enviada à Agência France Presse (AFP).
A empresa garantiu que as duas companhias podem complementar-se “muito bem, nomeadamente graças à rede de rotas da TAP de e para a América do Sul”.