Governo português melhora recolha de dados sobre Covid-19 para “reduzir erros”

Foto Paulo Pimenta / Lusa

Da Redação
Com Lusa

As ferramentas utilizadas para analisar e tratar os dados relativos aos infectados com covid-19 estão a ser alvo de uma “intervenção profunda” para reduzir a “possibilidade de erros”, segundo o secretário de Estado da Saúde.

“Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) encontram-se a fazer uma intervenção profunda nos sistemas de recolha e tratamento dos dados epidemiológicos com o objetivo de reduzir as tarefas manuais, acelerando o processo diário de elaboração do boletim [da Direção Geral de Saúde] e diminuindo a possibilidade de ocorrência de erros”, afirmou António Lacerda Sales durante a conferência de imprensa para fazer um balanço da epidemia de covid-19 em Portugal.

O governante salientou a importância da “transparência e rigor” na recolha e divulgação de dados sobre o novo coronavírus.

Também presente na conferência de imprensa, Luís Góis Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), acrescentou que o objetivo é reduzir a intervenção manual de “operações complexas que passam a ser cada vez mais automatizadas”.

Desta forma, aumenta a celeridade na recolha e divulgação de dados e “diminui-se o erro”, reforçou Luís Góis Pinheiro, garantindo que este trabalho de melhoria “estará finalizado muito em breve”.

Além dos dados que permitem elaborar diariamente o boletim da DGS, no qual constam informações sobre o aumento de infetados e óbitos relacionados com a covid, tais como a idade ou a cidade onde foram identificados, os SPMS estão também a melhorar o TraceCovid19.

O TraceCovid19 permite fazer a gestão da pandemia e dar apoio aos médicos que mantêm os doentes em vigilância. Segundo Luís Góis Pinheiro, o aperfeiçoamento desta ferramenta vai “permitir tratar cada vez mais a informação” e “apoiar as decisões daqueles que têm de as tomar”.

Surtos

A diretora-geral da Saúde confirmou que foram detectados 42 casos de infeção pelo novo coronavírus na zona do Carregado, adiantando que as autoridades locais estão a trabalhar para conter o surto.

Além dos 42 casos confirmados, já foram testadas 170 pessoas, que estão a aguardar resultado.

No domingo, a SIC noticiou que tinham sido identificados 14 casos de infeção entre os trabalhadores da empresa de cerâmica Geberit, no Carregado, concelho de Alenquer (distrito de Lisboa).

Os números foram atualizados pela diretora-geral da Saúde durante a habitual conferência de imprensa sobre a pandemia da covid-19 em Portugal.

Graça Freitas adiantou que a situação está a ser acompanhada pelas autoridades de saúde locais, que estão a trabalhar para identificar a origem do surto e traçar a cadeia de transmissão.

“Está a ser feita a intervenção que costuma ser feita, entre as autoridades e forças locais, para tentar perceber este surto, contê-lo na sua origem e também procurar contatos próximos destas pessoas que podem estar espalhados por varias regiões da Grande Lisboa”, explicou.

Durante a conferência de imprensa, a diretora-geral fez também um ponto de situação dos surtos no Hospital de São José, em Lisboa, onde foi identificado na semana passada, e no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.

No caso do São José, Graça Freitas adiantou que dos 36 pacientes que estavam internados no serviço de Cirurgia, sete testaram positivo para a covid-19 e foram transferidos para o Hospital Curry Cabral, em Lisboa, e os restantes estão isolados na enfermaria do serviço.

Entre os 130 profissionais, foram confirmados 10 casos de infecção que estão a recuperar em casa.

No IPO de Lisboa, o surto que dura desde, pelo menos, 17 de junho, mantém-se ativo, mas a situação está controlada e a unidade de saúde continua a testar todos os utentes e profissionais.

“A situação está completamente estabilizada. O surto ainda não foi dado como terminado porque ainda não se passaram os dias suficientes para isso”, explicou a diretora-geral, acrescentando que a política de testes do instituto permitiu testar 238 pessoas, 121 das quais infetadas com o novo coronavírus.

Portugal registra nesta segunda-feira mais duas mortes e 306 novos casos de infecção por covid-19 em relação a domingo, 254 dos quais na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS).

De acordo com o boletim, desde o início da pandemia até hoje registram-se 46.818 casos de infeção confirmados e 1.662 mortes.

Em termos percentuais, nas últimas 24 horas o aumento de óbitos foi de 0,1% (passou de 1.660 para 1.662) e o de casos confirmados 0,7% (de 46.512 para 46.818).

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