Da Redação
Com Lusa
O secretário de Estado das Comunidades disse que está a ser preparado para dezembro, em Sintra, um encontro de micro e pequenos investidores portugueses emigrados em várias regiões do mundo.
José Luís Carneiro explicou que o encontro, a realizar nos dias 8 e 9 daquele mês, resulta do trabalho que está a ser realizado, há dois meses, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, que resultou na identificação de mais de 5.000 pequenos empreendedores que são emigrantes portugueses.
Falando em Felgueiras, onde hoje homologou o protocolo para a criação, naquela cidade, de um Gabinete de Apoio ao Emigrante, Carneiro sublinhou que o encontro permitirá o contacto dos empresários com os municípios portugueses.
“Queremos promover o encontro entre esses investidores com os municípios que já têm os gabinetes de apoio ao emigrante devidamente articulados com o Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora”, frisou o secretário de Estado.
Sublinhou ainda a importância desses portugueses conhecerem os municípios portugueses e as oportunidades de investimentos que lá existem. E também, acrescentou Carneiro, “que os municípios conheçam esses portugueses extraordinários espalhados pelo mundo e que têm condições e recursos para investir no seu país”.
A título de exemplo, recordou que, só em França, há cerca de 45.000 empresas com capitais de portugueses e a Câmara de Comércio Franco-portuguesa tem 500 associados portugueses que mobilizam cerca de 1.000 milhões de euros por ano.
Prosseguindo com exemplos, referiu que o maior distribuidor de pão da Cidade da Praia, em Cabo Verde, é um português e que alguns dos mais dinâmicos empresários da restauração e turismo na Venezuela e Brasil são também portugueses. “Significa isto que há um potencial imenso do ponto de vista econômico e financeiro nas comunidades portuguesas”, comentou.
À Lusa, o secretário de Estado acrescentou que só de transferências bancárias certificadas pelo Banco de Portugal, em 2014, os emigrantes enviaram para Portugal 3.057 milhões de euros e no ano passado cerca de 3.300 milhões de euros.
Na cerimônia realizada em Felgueiras, reafirmou-se que os novos gabinetes de apoio ao emigrante de segunda geração que o Governo está a promover em todo o país abrem “uma nova porta de oportunidade no setor do investimento e da economia, mais articulada com a diáspora e com os portugueses espalhados pelo mundo”.
Além disso, sinalizou o secretário de Estado, os novos gabinetes “consolidam uma resposta social e aprofundam essa resposta em termos institucionais, porque há um conjunto de áreas da administração central que estão articuladas entre si para responderem mais eficazmente às questões que são colocadas aos portugueses espalhados pelo mundo”.
Até ao final do ano, anunciou, o Governo espera alcançar o objetivo de criar 30 novos gabinetes de segunda geração.
Para além de Felgueiras, foram assinados os acordos para os municípios de Lousada e Vila do Conde.
Em Vila do Conde, além do protocolo para ampliação do gabinete de apoio ao emigrante já existente, o secretário de Estado das Comunidades, em conjunto com a secretaria de Estado da Igualdade e Cidadania, homologou um outro protocolo que visa “reforçar” a promoção da igualdade de gênero nas comunidades portuguesas pela diáspora.
“Com este protocolo o Governo pretende tornar as políticas de cá mais próximas de quem está lá”, afirmou José Luís Carneiro. “Este é um protocolo inovador para desenvolver um trabalho que é necessário na área da igualdade”, considerou, por sua vez, a secretária de Estado para a Igualdade e Cidadania, Catarina Marcelino.
O protocolo de cooperação para a implementação e desenvolvimento do projeto “Igualdade nas Comunidades” foi ainda assinado pela Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, pelo Alto Comissariado para as Migrações e pela associação Mulher Migrante.
Reforçar a promoção da igualdade de gênero nas comunidades portuguesas, divulgando as políticas da igualdade de gênero já desenvolvidas em Portugal e estabelecer uma rede de partilha de conhecimentos e experiências concretas, dando visibilidade ao percurso de mulheres migrantes de várias gerações e em diferentes domínios da vida profissional e pública são alguns dos objetivos.Por outro lado, o protocolo pretende ainda incentivar as mulheres a participar ativamente na liderança do movimento associativo das comunidades portuguesas e na vida pública, pelo exercício dos seus direitos de cidadania.