Da Redação
O Governo português lançou neste dia 09 a plataforma “Portugal for Ukraine”, através do endereço www.portugalforukraine.gov.pt, que visa congregar todas as respostas e ações em curso tendo em vista o apoio a pessoas deslocadas da Ucrânia, dentro e fora de Portugal, nas dimensões de ação internacional, do envio de apoio humanitário e da integração e acolhimento em Portugal.
O site contem informação e contatos para apoio relacionados com a chegada a Portugal, transporte, documentação, emprego e formação, educação, saúde e habitação para refugiados.
“Portugal tem seguido de forma próxima e atenta a evolução da situação na Ucrânia, em estreita articulação com os parceiros da NATO e da União Europeia, participando de forma ativa e solidária nos esforços internacionais para apoiar a saída de cidadãos ucranianos e lusodescendentes e acolher todos aqueles que escolham o nosso país como destino” defende o governo.
A plataforma permitirá a consulta das várias iniciativas que estão em curso por diferentes Áreas Governativas com responsabilidade em matéria de acolhimento e integração, facilitando o acesso à informação, e permitindo que os mesmos possam preparar a sua viagem até Portugal.
«Portugal for Ukraine» inclui ainda uma lista de perguntas e respostas que contêm informações gerais e informação útil sobre a vinda para Portugal e o acolhimento no país, incluindo um questionário automatizado que direciona o pedido/oferta de ajuda para a entidade melhor preparada para dar resposta ao problema apresentado.
Os conteúdos encontram-se disponíveis em português e inglês, devendo nos próximos dias existir igualmente uma versão em ucraniano.
O governo de Portugal já se colocou disponível para acolher todos cidadãos deslocados da Ucrânia que necessitem de proteção internacional e que cheguem ao seu território.
Proteção temporária
Portugal concedeu até hoje mais de 4.600 pedidos de proteção temporária a pessoas vindas da Ucrânia em consequência da situação de guerra, revelou à Lusa o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
O Conselho de Ministros aprovou as medidas excepcionais no âmbito da concessão de proteção temporária a pessoas deslocadas da Ucrânia, de forma a permitir assegurar um efetivo e célere processo de acolhimento e de integração.
Segundo a resolução, aos requerentes de proteção temporária é atribuída, de forma automática, autorização de residência por um ano, que pode ser prorrogada duas vezes por um período de seis meses.
Estes pedidos podem ser apresentados nos centros nacionais de Apoio à Integração de Migrantes e nas delegações regionais do SEF.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras disponibiliza em todo o país 24 balcões de atendimento dedicados exclusivamente a cidadãos ucranianos.
O SEF tem também no Aeroporto de Lisboa uma estrutura para registar pedidos de proteção temporária para os cidadãos ucranianos que cheguem a Portugal por via aérea.
Lisboa – O centro de acolhimento de emergência de refugiados ucranianos em Lisboa, criado pela Câmara Municipal, já recebeu 235 pessoas, segundo presidente da autarquia, Carlos Moedas, perspetivando que o fluxo “vai aumentar muito”.
“Neste momento já ajudamos 235 pessoas, que passaram pelo nosso centro de acolhimento, aliás que foram imediatamente enviadas seja para famílias que as podem acolher seja para hotéis, muito poucos tiveram que lá passar uma noite, aliás só 12 é que lá passaram uma noite, porque chegaram muito tarde”, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa.
O espaço é na freguesia de Campolide, o centro de acolhimento de emergência de refugiados ucranianos tem 100 camas preparadas pela Cruz Vermelha Portuguesa, mas a ideia é ser um primeiro ponto de acolhimento.
Beja – Um total de 25 refugiados da Ucrânia, entre os quais 16 crianças, chegaram nos últimos dias ao concelho de Odemira (Beja), estando prevista a chegada de “cerca de mais 40 famílias” ucranianas nas próximas duas semanas.
Os números foram confirmados à agência Lusa pela vereadora da Câmara de Odemira com o pelouro da Ação Social, Isabel Raposo, que adiantou que no próximo domingo “há a perspetiva de chegarem mais quatro famílias”.
“E ao longo das próximas duas semanas poderão chegar” ao município do litoral alentejano “mais cerca de 40 famílias no total”, disse.
O processo de acolhimento de refugiados ucranianos em Odemira partiu da iniciativa de alguns cidadãos ucranianos que residem no concelho e que entraram em contacto com o Instituto de Nossa Senhora de Fátima (INSF), de Vila Nova de Milfontes.
Mira – A Câmara Municipal de Mira manifestou disponibilidade para acolher entre 100 a 150 refugiados e está a criar uma plataforma ‘online’ para ajudar a responder às necessidades do povo ucraniano, disse à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Mira, Raul Almeida.
O município organizou um gabinete de apoio e está a preparar uma plataforma ‘online’, através da qual o utilizador pode anunciar que precisa de ajuda ou que pode ajudar.
Atualmente, estão identificadas 70 camas para o alojamento temporários de refugiados, assim como está também providenciada alimentação, roupa ou medicamentos.
Ao nível da habitação, o município deu nota de que a Casa da Sagrada Família, uma residência da Casa da Infância Doutor Elysio de Moura, e ainda um apartamento dos bombeiros, vão ser os espaços em Mira onde os refugiados vão ser alojados.
Guarda – O município de Pinhel informou que se prepara “para receber um primeiro grupo de 30 refugiados” ucranianos que chega a Portugal nesta quinta-feira e que “vai ser encaminhado” para aquele concelho do distrito da Guarda.
“Face a esta situação, o município de Pinhel, em coordenação com a rede de parceiros, está a proceder ao levantamento de necessidades mais imediatas, nomeadamente para recolha de bens de primeira necessidade ou outros essenciais ao alojamento das famílias”, adiantou a autarquia em comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo a nota, “consciente de outras necessidades que vão para lá de bens materiais”, o município presidido por Rui Ventura “também está a abrir inscrições para uma bolsa de voluntariado que visa garantir a prestação de apoios diversos”.
Também os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo que integram a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho disponibilizaram alojamento temporário a 314 refugiados da Ucrânia, sendo que aquela capacidade pode vir a ser aumentada.
Além de campanha de donativos, a lista de todos bens, os pontos de recolha e respectivos horários de funcionamento, estão disponíveis no sítio oficial da CIM Alto Minho, na Internet, em www.cim-altominho.pt.