Da Redação
O governo brasileiro está apoiando criadores de abelhas do Pará na implantação de uma Rota do Mel. O objetivo é integrar apicultores e meliponicultores, permitindo ganho de escala para compra de insumos e venda de produtos, de maneira a fortalecer a cadeia produtiva no estado.
Nesta primeira etapa, as ações serão realizadas no sudeste paraense, nos municípios de Canaã dos Carajás, Eldorado dos Carajás, Parauapebas e Curionópolis, entre outros. Cerca de 500 produtores participam da iniciativa.
O trabalho conta com participação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR)
O Pará concentra pouco mais de 1% da produção brasileira de mel, mas seu potencial é considerado alto pela Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), que recomendou o estado ao MDR para a instalação da Rota do Mel.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará produziu 670 toneladas do produto em 2019, o que corresponde a 65% de toda a região Norte, com faturamento de cerca de R$ 9 milhões. A atividade é desenvolvida majoritariamente pela agricultura familiar.
“Com base em um estudo prévio de viabilidade que fizemos, pudemos perceber que a integração de vários produtores na Rota do Mel, funcionando como um Arranjo Produtivo Local (APL), criaria uma sinergia, uma sintonia que iria possibilitar um crescimento e uma melhor organização da cadeia produtiva local”, destacou Samuel Menezes, coordenador informal da Rota do Mel pelo MDR.
Para o presidente da Associação de Apicultores de Canaã dos Carajás, Luiz Pereira Rodrigues, a criação da Rota Mel vai possibilitar um aumento na produtividade da região. “Temos um pasto apícola que garante características diferenciadas do mel produzido na região e, com a chegada da Rota, teremos oportunidade de melhorar nossa produção e mostrar todo potencial do mel feito nessa parte da Amazônia para o mundo”, afirmou.
O Brasil ocupa a 11º posição no ranking mundial da produção de mel. Em 2019, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), foram quase 46 mil toneladas produzidas, grande parte voltada à exportação.
Estima-se que o início da atividade apícola no Brasil foi em 1839. O padre Antônio Carneiro trouxe para o Rio de Janeiro colônias de abelhas da espécie Apis mellifera, vindas do Porto, em Portugal. Outras raças da mesma espécie também foram trazidas posteriormente por imigrantes europeus, principalmente para as regiões Sul e Sudeste do país.
Além da Rota do Mel, o ministério ainda apoia as rotas do Açaí, da Biodiversidade, do Cacau, do Cordeiro, da Economia Circular, da Fruticultura, do Leite, do Peixe e da Tecnologia da Informação e Comunicação.
As Rotas são redes de arranjos produtivos locais associadas a cadeias produtivas estratégicas capazes de promover a inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável das regiões.