Governo dos Açores celebra memorando sobre estudo aprofundado da emigração açoriana

Mundo Lusíada

RodrigoOliveira_AcoresCASPNeste mês, o Governo Regional celebrou um memorando de entendimento com a Universidade dos Açores com vista à realização de um estudo aprofundado sobre a história da emigração açoriana, um projeto que o Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas considerou “estruturante para a valorização da diáspora, que também permitirá conhecer melhor os movimentos migratórios dos Açorianos para várias partes do mundo”.

“Este é um projeto de grande dimensão, complexo, mas com uma grande ambição”, afirmou Rodrigo Oliveira, salientando que se pretende, por um lado, sistematizar o conhecimento existente sobre as comunidades açorianas na América do Norte e no Brasil, mas também promover trabalhos científicos em áreas geográficas menos estudadas, como as Bermudas ou o Havai.

Rodrigo Oliveira frisou ainda que a ‘História da Emigração Açoriana’ permitirá também “conhecer melhor alguns movimentos da emigração açoriana que não são, de todo, conhecidos do público em geral”, como a Argentina, a Venezuela, a Austrália, a República Dominicana ou mesmo as antigas colónias portuguesas em África.

“A ‘História da Emigração Açoriana’ é, assim, em suma, um projeto estruturante para a valorização da nossa diáspora, mas também para a percepção e a real compreensão daquilo que somos hoje nos Açores, nestas nove ilhas e em todas as ‘décimas ilhas’ onde estão as nossas comunidades”, salientou, acrescentando que este projeto corresponde a um “desiderato há muito desejado por diversos académicos e investigadores, tanto da Região como das comunidades”.

O Subsecretário Regional falava no final da cerimônia de assinatura do memorando de entendimento entre o Governo e a Universidade dos Açores tendo em vista a realização de um estudo sobre a história da emigração açoriana e posterior publicação em livro.

Com esse objetivo foi constituído um grupo de trabalho, que teve a sua primeira reunião, direcionada para a América do Sul, num encontro que juntou acadêmicos e investigadores do Brasil, do Uruguai e da Universidade dos Açores.

“Este é um projeto a desenvolver a médio prazo, mas que deu aqui um primeiro passo, através desta reunião de um grupo de trabalho que apresentou já hoje um esboço claro daquilo que será esta ‘História da Emigração Açoriana’ e que será agora desenvolvido nos próximos três meses até à apresentação ao Governo de um plano global de elaboração deste estudo, incluindo as inúmeras parcerias e a colaboração de diversos académicos e investigadores de outros países”, afirmou Rodrigo Oliveira.

Nos termos deste protocolo, o Governo dos Açores, através da Direção Regional das Comunidades, compromete-se a apoiar a investigação científica, disponibilizando dados e informações, facilitando contactos com a diáspora, com universidades e com instituições, e participando no grupo de trabalho, enquanto a Universidade dos Açores assegura a coordenação científica do estudo e o estabelecimento das parcerias necessárias com outras instituições.

Rodrigo Oliveira destacou o “papel central” da Universidade dos Açores nesta iniciativa, salientando também a projeção internacional que este estudo pode permitir, “pelo potencial que tem de cooperação com instituições, com universidades, com investigadores e estudiosos de todos os territórios que acolhem comunidades açorianas”.

Instituições jovens da diáspora
Também o Subsecretário Regional da Presidência para as Relações Externas dos Açores defendeu que “devem ser acarinhadas e incentivadas” as instituições mais jovens da diáspora, salientando que depende delas o futuro das relações entre a Região e as comunidades açorianas emigradas.

“Da sua integração em redes mais alargadas, para beneficiarem da experiência e do exemplo das mais antigas, e do entusiasmo que trazem os seus membros depende também, em grande medida, o futuro do relacionamento da Região com as Comunidades”, afirmou Rodrigo Oliveira, no encerramento da XIX Assembleia Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores.

Na intervenção que proferiu nos Paços do Concelho do Corvo, salientou o “dinamismo e a proatividade da Casa dos Açores da Bermuda, criada há quase dois anos e que tem, entre as mais diversas idades e atividades, membros sabem o que é ‘arregaçar as mangas’ e bem servir a sua comunidade”.

“As Casas dos Açores e todas as associações, clubes, irmandades, enfim, todas as agremiações açorianas na diáspora, vivem da disponibilidade, da entrega, da dedicação de dirigentes e membros, que tantas vezes sacrificam a sua vida pessoal pelo amor que têm à Açorianidade e à sua comunidade”, frisou.

Para Rodrigo Oliveira, “isto acontece tanto em relação a instituições com muitos anos de existência, como em relação àqueles que têm a tarefa de criar, desde os alicerces, uma nova Casa dos Açores”.

“Durante estes quatro anos, o Governo dos Açores trabalhou com grande proximidade com todas as Casas dos Açores, acarinhou o alargamento geográfico da sua abrangência e é com satisfação que viu ampliada a sua rede de relacionamento e de parcerias a uma nova Casa dos Açores, a das Bermudas, e a uma Casa dos Açores que, criada no anos 80, decidiu, em 2013, celebrar o seu protocolo e estreitar relações com a Região, a da Baía”, afirmou.

O Subsecretário Regional salientou ainda que a realização desta sessão de encerramento na ilha do Corvo deve ser vista como “uma homenagem das Casas dos Açores à história e fibra dos Corvinos, um reconhecimento das singularidades, também internas à Região, da Açorianidade”.

O Conselho Mundial das Casas dos Açores, fundado em 1997, é constituído pelas Casas dos Açores do Norte, de Lisboa e do Algarve, em Portugal continental, do Winnipeg, do Quebeque e do Ontário, no Canadá, de Hilmar e de Nova Inglaterra, nos EUA, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, no Brasil, do Uruguai e, ainda, das Bermudas, sendo também membro do CMCA a Direção Regional das Comunidades do Governo dos Açores.

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