Mundo Lusíada
Com Lusa
O núcleo museológico, instalado na Casa do Artista, propriedade da Câmara Municipal de São Vicente, é a primeira fase do Museu Cesária Évora, que deverá ficar instalado na casa a artista viveu e que pertence aos familiares.
O ministro da Cultura de Cabo Verde disse que a criação do Museu Cesária Évora “levará o seu tempo” e que o Estado não está envolvido diretamente no processo, apenas acompanha e colabora financeiramente.
“São Vicente tem um núcleo museológico Cesária Évora, que era um dos nossos grandes compromissos, e sabemos que funcionam bem. A segunda parte, tem a ver com investidores, em que o Estado é parte, é fazer um museu maior, com centro cultural, e tudo na casa de Cesária Évora. Esse não é um processo que nós estamos envolvidos diretamente, acompanhamos e também colaboramos financeiramente, mas poderá levar o seu tempo, não há nenhum conflito sobre essa matéria”, esclareceu Mário Lúcio Sousa.
O ministro cabo-verdiano falava à agência Lusa e à RTP África no âmbito da inauguração das Sociedades Cabo-verdiana de Autores (SOCA) e de Música (SCM) e no dia em que se completam quatro anos da morte da Cesária Évora.
Cesária Évora faleceu na cidade do Mindelo no dia 17 de dezembro de 2011, aos 70 anos, um dia depois de ter sido admitida no Hospital Baptista de Sousa com problemas respiratórios.
Em entrevista à Lusa, a neta de “Cize”, Janet Évora, gestora do Núcleo Museológico com o nome da cantora, disse que os familiares continuam à espera de uma proposta do Governo para comprar a casa da cantora para aí instalar o museu.
Josina Freitas, da delegação regional do Ministério da Cultura em São Vicente, adiantou que as negociações para a compra da casa decorrem entre o Ministério da Cultura, a autarquia de São Vicente e a Fundação Cesária Évora, e que, entretanto, se está a trabalhar na construção do espólio que irá integrar o futuro museu.
O quarto aniversário da morte da também conhecida como “Diva dos pés descalços” foi lembrado em Cabo Verde com iniciativas locais no Mindelo, São Vicente, e algumas homenagens, numa altura em que o país quer candidatar a morna a Património Mundial da Humanidade.
Sobre a candidatura da morna a Patrimônio Mundial, o ministro da Cultura referiu que Cabo Verde “já fez o seu trabalho de casa” e que está à espera do momento para se candidatar e de inscrição dos patrimónios e, depois, fazer todo o trabalho diplomático junto das instituições.
“Neste momento, as comissões de honra e científica funcionam normalmente, mas também demos um salto importante com a criação do centro de estudos da morna em São Vicente, que é coordenado pelo professor Vasco Martins”, salientou o governante, dando ainda como exemplo o museu da música, que está à espera de financiamento, e da orquestra nacional.
“Criámos as condições. Não é só ser considerado património, uma das condições que se exige é você ter condições de preservar o património, difundi-lo e coloca-lo ao serviço das pessoas. Já criamos todas essas condições, agora depende da UNESCO, mais do que de nós”, esclareceu Mário Lúcio Sousa.