Da Redação
Com Lusa
O presidente do Governo da Madeira afirmou nesta sexta-feira ser necessário redefinir o relacionamento e as políticas relativas às comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo, salientando que na próxima década este arquipélago será uma das regiões mais importantes do mundo.
“Hoje vivemos novos tempos que exigem novas definições e novas políticas relativamente à nossa diáspora e comunidades”, declarou Miguel Albuquerque na sessão de abertura do I Encontro das Comunidades Madeirenses no Funchal que reúne mais de uma centena de representantes de núcleos de emigrantes de cerca de 20 países, além de luso-descendentes residentes na região, presidentes de câmara e diplomatas.
O governante sublinhou que este é um dos “compromissos essenciais” assumidos pelo novo executivo madeirense, argumentando que durante muitos anos a Madeira foi “entendida como uma região ultraperiférica e marginal no contexto global e europeu”.
Mas, segundo o responsável insular, a situação está a mudar e “tudo aponta, do ponto de vista geopolítico e geoestratégico, que a Madeira, nos próximos decênios seja uma região central na bacia do Atlântico e que será, sem dúvida, na próxima década, a região mais importante em termos geopolíticos do mundo”, bem como do ponto de vista econômico e financeiro.
Miguel Albuquerque sustentou também ser necessário aproveitar todo o “grande potencial” que representa a diáspora espalhada por todos continentes, que estão junto dos grandes centros de decisão, para aprofundar o relacionamento não só em termos afetivos e culturais, mas também econômico e social.
“A Madeira, sendo uma região que está na bacia do Atlântico, é neste momento a região mais bem infraestruturada e tem maior capacidade para fazer a projeção e captação de toda rede de relacionamentos”, sublinhou, dando como exemplos as políticas nesta matéria desenvolvidas por Israel e a Irlanda,
O chefe do executivo realçou ainda que o objetivo deste encontro de representantes das diferentes comunidades madeirenses é auscultar as suas opiniões, os seus problemas no quotidiano, tentando traçar políticas “assentes naquilo que são os desejos” dos emigrantes.
Nesta sessão de abertura, que decorreu no salão nobre do Governo da Madeira repleto de participantes, foi também estabelecida ligações diretas a elementos de diferentes comunidades que elogiaram esta iniciativa do novo executivo regional, apelando que “não levante o pé do acelerador” nesta matéria.
Estes apontaram algumas reivindicações, entre as quais a nomeação de conselheiros por parte do Governo regional na área das comunidades, a necessidade de existir uma ligação marítima direta entre a Madeira e continente português que permita, entre outros aspetos, o escoamento de produtos regionais, sobretudo para os núcleos de emigrantes na Europa, e uma visita do novo presidente do Governo.
Este primeiro encontro foi organizado pela secretaria dos Assuntos Parlamentares e Europeus da Madeira, em colaboração com o canal WebTV naminhaterra.com. que transmite o encontro.