Da Redação
Com Lusa
O Governo do arquipélago da Madeira revelou que as autoridades madeirenses estimam que se aproxime de quatro mil os emigrantes portugueses na Venezuela que já regressaram a Portugal, assegurando que está a “reforçar os meios e a presença consular” no país.
“Nós estamos a reforçar os meios e a presença consular portuguesa na Venezuela. Estamos a apoiar os portugueses que estão a regressar a Portugal e os portugueses que estão a demandar outros destinos de emigração”, respondeu o primeiro-ministro em funções, Augusto Santos Silva, quando questionado pelos jornalistas sobre a situação na Venezuela.
De acordo com Santos Silva, “as autoridades madeirenses estimam que já tenha ultrapassado o número dos três mil e se aproxime dos quatro mil o número daqueles que já regressaram e as autoridades madeirenses têm sido inexcedíveis no apoio prestado a essas pessoas”.
“Nos meados deste mês, o secretário de Estado das Comunidades irá justamente ao Funchal para fazermos o ponto da situação da colaboração necessária”, revelou ainda.
O ministro dos Negócios Estrangeiros assegurou que o Governo está “em permanente contacto com as autoridades venezuelanas para receber e recolher garantias da segurança dos portugueses que vivem na Venezuela, assim como dos lusodescendentes”.
“Continuamos a defender que os problemas que hoje a Venezuela infelizmente vive precisam de uma solução política e essa solução só é possível com diálogo, com uso de meios pacíficos e com o respeito pelo calendário eleitoral que estava estabelecido”, realçou.
Situação
Pelo menos 13 pessoas ficaram feridas na quarta-feira na sequência do ataque ao parlamento, em Caracas, por civis armados afetos ao regime.
A procuradora-geral da Venezuela disse que não se pode usar os políticos privados de liberdade como “objeto de negociação” ou como “reféns”, uma declaração feita horas após a medida de prisão domiciliária para o opositor ao regime Leopoldo López.
“Não se pode usar as pessoas privadas de liberdade como se fossem uns reféns que podem ser objeto de negociação, conforme fazem alguns grupos criminosos com as pessoas que sequestram”, disse no sábado Luisa Ortega Díaz.
“Não se deve instrumentalizar um caso tão delicado e sensível para o país para tentar legitimar ou melhorar a sua imagem”, acrescentou.
A procuradora-geral prestou estas declarações ao diário chileno La Tercera, as quais foram difundidas pelo Ministério Público na sua conta do Twitter.
As declarações de Luisa Ortega surgem horas depois de o Presidente, Nicolás Maduro, ter dito que a procuradora-geral “pediu 30 anos de prisão” para López no julgamento, e ter reiterado que o político foi “processado, punido e preso por responsabilidade da Procuradoria-Geral da República”.
O dirigente opositor venezuelano López, colocado em prisão domiciliar neste final de semana pelo Tribunal Supremo de Justiça do país, prometeu continuar a lutar “até conseguir a liberdade da Venezuela”.