Governo da Madeira cria dois órgãos para dinamizar relação com emigrantes

Da Redação
Com Lusa

Adriano com grupo folclórico na Ilha da Madeira.
Colunista do Mundo Lusíada, Adriano Costa Filho com grupo folclórico na Ilha da Madeira.

O Governo Regional da Madeira anunciou que vai criar um Fórum e um Conselho da Diáspora, para aproximar as comunidades madeirenses espalhadas pelo mundo, que passam a participar nas políticas destinadas à emigração.

“Queremos dar uma nova dinâmica à relação com as comunidades emigrantes e retomar o relacionamento que foi interrompido há vários anos”, disse o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, apresentando a iniciativa que cria o Fórum Madeira Global e o Conselho da Diáspora Madeirense.

Sérgio Marques explicou que o objetivo é implementar uma “nova forma de representação das comunidades aberta, democrática, um verdadeiro encontro daqueles que sentem relação à Madeira”. O responsável mencionou que o Conselho da Diáspora Madeirense, composto por 21 elementos das várias comunidades, será um órgão de consulta do Governo Regional.

O Fórum Madeira Global constituirá “uma espécie de parlamento da grande comunidade, um grande ponto de encontro e de aproximação” dos emigrantes à região e entre as próprias comunidades, que não representarão encargos para o Orçamento Regional, referiu.

O secretário do executivo madeirense sublinhou, ainda, ser necessário dispensar atenção “à nova realidade da emigração, que é mais jovem, qualificada e que procura destinos diferentes dos tradicionais”.

Sérgio Marques admitiu que “as comunidades emigrantes sofreram bastante com as instituições financeiras”, vincando ser necessário “assegurar” que este tipo situações lesivas em termos financeiros não se repita.

Também declarou “ter esperança” que se resolvam os problemas das ligações aéreas que servem as comunidades com a privatização da TAP, visto que a companhia anunciou o reforço de viagens para os Estados Unidos da América, adiantando que, no caso da Venezuela, “tem a ver com a situação específica do país”, que coloca entraves a várias transportadoras.

Sérgio Marques anunciou, ainda, que abrirá, no primeiro trimestre do próximo ano, um gabinete de atendimento ao emigrante na região.

Entre os vários pontos abordados no debate, destaque para o deputado do CDS-PP Ricardo Vieira, que reivindicou a criação de um museu do emigrante na Madeira para “retratar a epopeia da emigração madeirense”, insistindo, igualmente, na possibilidade de os emigrantes elegerem deputados para o parlamento regional.

A proposta de decreto legislativo regional determina que no Fórum podem participar emigrantes e seus descendentes, maiores de 18 anos, residentes no estrangeiro ou regressados há mais de dois anos.

Quanto ao Conselho, é constituído por 21 elementos, distribuídos pelas comunidades, e entre as suas atribuições estão a possibilidade de fazer recomendações ao Governo Regional e outras entidades públicas, propor a adoção de medidas que melhorem as condições de vida e trabalho dos madeirenses que residem no estrangeiro.

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