Da Redação
Com África21
O governo brasileiro saudou, em mensagem divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), o 21. aniversário da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entidade apresentada como “plataforma de integração e interlocução entre os países de língua portuguesa e entre eles e o mundo”.
“O governo brasileiro celebra com os governos e os povos dos demais Estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) o vigésimo primeiro aniversário da nossa Comunidade”, lê-se na nota divulgada em 17 de julho.
O Brasil, que ocupa a presidência de turno do organismo pelo biênio 2016-2018, reitera seu compromisso de contribuir para que a Comunidade continue cumprindo seu importante mandato de concertação política, cooperação multissetorial e promoção e difusão da língua portuguesa, diz o governo brasileiro.
A data coincide com o início das reuniões preparatórias para a XXII Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, a realizar-se no próximo dia 20, no Palácio Itamaraty, em Brasília.
No encontro, os chanceleres (ministros dos Negócios Estrangeiros ou das Relações Exteriores dos estados membros da CPLP discutirão a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável em seus países e aprovarão resolução sobre a Nova Visão Estratégica da CPLP, documento que sistematiza as prioridades a guiarem a ação da Comunidade pelos próximos dez anos. Os chanceleres discutirão também o aprofundamento da cooperação com os países que têm o estatuto de “Observadores Associados” da CPLP.
Na avaliação do Itamaraty, a CPLP logrou consolidar-se como plataforma de integração e interlocução entre os países de língua portuguesa e entre eles e o mundo, “tendo-se tornado um organismo internacional com credibilidade junto à comunidade internacional.”
Numa relação que se caracterizou, ao longo de duas décadas, por períodos de empenho, que alternaram com outros de visível desinteresse, durante os quais as relações bilaterais com alguns dos estados membros assumiram prioridade em relação ao multilateralismo, o Brasil considera, no 21. aniversário da entidade, que a CPLP “é valioso espaço de diálogo político e oferece oportunidades para o desenvolvimento da cooperação sul-sul e para a contínua valorização de nossa língua comum no cenário mundial.”
Criada oficialmente em 17 de julho de 1996, graças a projeto desenvolvido pelo político e ex-embaixador do Brasil em Lisboa, José Aparecido de Oliveira – que conquistou o apoio do então presidente de Portugal, Mário Soares -, a CPLP conta hoje com nove Estados membros, nomeadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. A população de seus países membros soma aproximadamente 270 milhões de pessoas.
A organização, cujo Secretariado Executivo tem sede em Lisboa, conta ainda com dez países que têm o estatuto de Observadores Associados em quatro continentes: Geórgia, Hungria, Japão, Ilhas Maurícias, Namíbia, República Eslovaca, República Tcheca, Senegal, Turquia e Uruguai.
O Brasil ocupa a presidência de turno da CPLP desde a XI cúpula da organização, realizada em Brasília em 31 de outubro e 1º de novembro de 2016. O tema da presidência brasileira é “A CPLP e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.