Atualizado 30/11/11 – Na gênese do processo que levou à criação da CPLP tiveram papel fundamental o ex-ministro e embaixador brasileiro José Aparecido de Oliveira, já falecido, e o ex-presidente de Portugal Mário Soares.
Da Redação
Com agencias
O governo brasileiro assinalou, em 29 de novembro, os quinze anos de criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com uma cerimônia no Palácio do Itamaraty (sede do Ministério das Relações Exteriores), em Brasília.
No evento discurssaram o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, e o ex-presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, informou em nota o Itamaraty.
Foram convidados para a cerimônia os embaixadores estrangeiros residentes em Brasília, parlamentares, representantes de órgãos governamentais e organizações internacionais e acadêmicos.
De acordo com o MRE, “quando Presidente de Moçambique, José Chissano exerceu papel fundamental no processo de criação da CPLP, tendo sido um dos signatários de sua Ata Constitutiva e participou da I Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, realizada em São Luís do Maranhão, em novembro de 1989”.
Na gênese do processo que levou à criação da CPLP tiveram papel fundamental o ex-ministro e embaixador brasileiro José Aparecido de Oliveira, já falecido, e o ex-presidente de Portugal Mário Soares.
Integrada por oito países, a CPLP tem por princípios estatutários a concertação político-diplomática, a cooperação técnica em todas as áreas e a promoção e difusão da língua portuguesa.
Ao completar 15 anos, a organização busca fortalecer seu papel como ator, seja por meio da articulação de seus membros em foros multilaterais, seja por atuação coordenada em situações de interesse comum.
Discurso
O ministro das Relações Exteriores defendeu a intensificação das trocas comerciais entre os membros da CPLP. “Ainda não foram suficientemente exploradas as oportunidades existentes no espaço da CPLP para uma intensificação dos fluxos comerciais e empresariais entre os nossos países”, afirmou o chefe da diplomacia brasileira, durante a sessão de 15 anos de existência da instituição.
No seu discurso, Patriota considerou ainda que a Comunidade – para além do reconhecimento de um patrimônio linguístico comum – também se tem afirmado como um importante espaço de diálogo e ação política.
“A atuação da CPLP em temas da agenda política dos seus Estados membros vem assumindo uma importância crescente, cujos exemplos mais eloquentes são as atividades da Comunidade em apoio à Guiné-Bissau e a Timor-Leste”, realçou.
Segundo Patriota, é relevante ainda o fato da CPLP ter conseguido nos últimos tempos “articular posições comuns” e agir “de forma coordenada” perante grandes temas da agenda internacional.
Um dos desafios que ainda se apresentam diante da CPLP, segundo o ministro, é tornar a Comunidade mais “inclusiva” e “democrática”, com o aprofundamento da participação da sociedade civil em suas atividades.
“É necessário que encontremos os mecanismos adequados para fazer da participação social um elemento indissociável dos nossos processos de decisão, refletindo, a nível institucional, o diálogo já existente entre as nossas sociedades”, reforçou.